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‘Temos que sair dessa monotonia alimentar’, diz Bela Gil

O que você compra na feira: batata, cenoura, alface, tomate, maçã e banana? Já reparou que há verduras, legumes e frutas que a gente não compra ou até nunca provou?

“Nossa dieta precisa ser mais diversificada, temos que sair dessa monotonia alimentar. Mesmo porque só consumimos 0,06% das plantas comestíveis disponíveis do planeta”, disse a apresentadora e chef de cozinha natural Bela Gil na palestra mais concorrida da Bio Brazil Fair | Naturaltech, o maior evento de alimentação saudável, produtos naturais e orgânicos do país, que terminou ontem, em São Paulo.

O tema da palestra foi PANCs (Plantas Alimentícias Não-Convencionais): das 300 mil espécies de plantas comestíveis existentes apenas cerca de 200 vão parar no prato. Entre esses alimentos não-convencionais Bela destacou a jaca verde e o coração da bananeira. Mas não precisa ir tão longe: diversificar com aquilo que você conhece já é um começo. Alternar a batata com inhame, cará e mandioca, trocar a alface por almeirão, escarola, acelga, espinafre e repolho, pro exemplo. «O primeiro passo é colorir mais o prato. Falamos de um mundo mais verde mas o prato de muita gente não tem verde, não tem cor.”
Outro ponto para sair do piloto automático na cozinha é aproveitar todas as partes dos alimentos. Bela sugere usar as folhas e talos da cenoura e do rabanete na farofa. “Também seco a semente do mamão no sol ou no forno baixo, ponho no pimenteiro e parece uma pimenta suave exótica”, conta.

“Usar todas as partes de um alimento, além de fazer bem para a saúde é uma maneira de valorizar o seu dinheiro!”

Sem preconceito
Quando falamos da plantas alimentícias não-convencionais não significa que você precise virar vegano ou trocar os alimentos do seu dia a dia por essas opções diferentes: é uma sugestão para ampliar seu cardápio, perder o preconceito e ser aberto a experimentar coisas novas.

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“A gente encontra as Pancs em muitos lugares. É só olhar com mais atenção, porque de repente no muro da sua vizinha tem ora-pro-nobis. Minha dica é ficar mais atenta, pesquisar em sites e livros para conseguir identificar essas plantas que são nutritivas, estão em todos os lugares e muitas vezes são de graça.» 

“Cozinhar bardana (raiz nutritiva muito usada na culinária japonesa) é fácil, mas as pessoas tinham dificuldade de encontrar. Hoje tem coração de bananeira e jatobá no supermercado. E jaca é uma fruta que dá o ano inteiro, em qualquer lugar. No Rio temos praticamente uma epidemia de jaca”, brinca Bela.


Não gosta de jaca? Nem eu. Mas me garantiram que as frutas verdes (a banana verde incluída) não têm o gosto da fruta e preservam os nutrientes, podendo ser usadas em vários tipos de pratos. «A jaca verde não tem gosto de jaca. Quando cozida, pega o gosto do tempero que você escolher. E se aproveita tudo da jaca verde: lombo, palmito, carne, sementes”, conta Bela, que compartilha nas redes sociais receitas como Lombo de Palmito de Jaca, Moqueca de Jaca e Jaca Frita.

Vou experimentar
A fruta não estava no meu radar, mas, depois dessa conversa com Bela descobri que a jaca é rica vitaminas (A, C e as do complexo B), fibras e minerais (cálcio, potássio, ferro, fósforo e magnésio). Ótima fonte de antioxidantes e fitonutrientes, atua na prevenção de alguns tipos de câncer (cólon e pulmão, por exemplo), previne pressão alta, úlceras e outros transtornos intestinais e retarda o envelhecimento celular e perda da massa óssea. Vou pesquisar melhor como preparar cada parte e quero incluir no cardápio da família. Depois conto para vocês!

Dica da Bela Gil para o Metro Jornal

Veja algumas imagens de pratos sugeridos por Bela Gil:

Reprodução Reprodução Reprodução

 

 

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