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Haja coração

A Copa do Mundo é nossa. Com brasileiros, não há quem possa, ou coisa do gênero.

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Agora, de verdade, cá entre nós, nunca se falou tão pouco em Copa quanto agora. Talvez porque você esteja mais preocupado com o que acontece na cozinha: preço do botijão de gás, do arroz, do feijão e do pepino que virou a economia brasileira. Com a gasolina a esse preço (tem que levar avalista para abastecer), se o Brasil ganhar, nem carreata vai ter nas ruas, vazias.

Vazias uma ova, o trânsito está insuportável!

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E, mesmo roubados na bomba, a bomba de ter que trabalhar ou correr atrás de emprego estoura mesmo no colo da torcida brasileira.

Estamos torcendo mais para que apareça um salvador na pátria da corrompida é confusa política brasileira do que por um gol fantástico do Neymar. Nem do frango do goleiro vai dar pra reclamar, afinal, morreram quase todos na greve dos caminhoneiros (os frangos, é claro). Moral da história: a coxa de frango é mais preocupante que uma distensão na perna do Gabriel Jesus.

Também não dá para chiar nem xingar a mãe do juiz ladrão; afinal tivemos dois presidentes que perderam o cargo, um preso e outro ameaçado.

Se pênalti é tão importante que o presidente tem que bater, no nosso caso, ia faltar presidente. Recorrer ao banco, nem pensar! O cheque especial tá mais no vermelho que a camisa da Suíça, nosso primeiro adversário. Aliás, se o jogo fosse no Brasil, eles não poderiam vir de relógio, senão seriam roubados no semáforo.

A bola da África se chamava Jabulani. Aqui é bola mesmo. Esta, a da corrupção.

E se o Brasil for campeão? Será que vão deixar a gente trazer a taça de avião, com bandeirinha e tudo mais? Afinal, a Jules Rimet nós já derretemos.

Bem, está deve ser a última Copa do Messi, do Cristiano Ronaldo, mas claro que não vai ser a do Galvão Bueno que, com certeza, vai gritar gol até o juízo final.

Haja coração.

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