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Violência sem limites

O brutal assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, escancarou – de novo – nossas chagas. Primeiro, a violência sem limites, sem controle ou repressão à altura. O Brasil se transformou em zona livre para a pistolagem em boa parte do seu território. O acesso que a bandidagem tem às armas e munições de guerra talvez não tenha precedentes no mundo. Armas ilegais entram por tudo e caem nas mãos dos bandidos, enquanto o cidadão de bem, aquele que tem de provar equilíbrio emocional, aptidão e bons antecedentes, fica a ver navios.

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Segundo, a existência de uma legislação penal porca. Códigos que não desencorajam ninguém a cometer barbáries, feitos sob medida para os fora da lei. Os bandidos sempre poderão contar com benefícios dentro dos presídios e progressões de pena para sair. Casas prisionais para detentos perigosos deveriam ser administradas com regime militar e sem regalias. Isso, hoje, só acontece em alguns lugares e desde que o juiz seja convencido da necessidade.

Terceiro, a incrível capacidade que aqueles que fazem o jogo do crime – deliberado ou não – tiveram de se infiltrar na política, no Judiciário, no jornalismo e em todo o aparelho de Estado. Após a barbárie do duplo assassinato, nem bem os cadáveres tinham sido sepultados e já eram ouvidos gritos contra as polícias militares, contra o Exército, contra Temer, contra o capitalismo e contra aqueles que pensam diferente. Afoitos e contaminados pela ideologia, muitos passaram a dizer que tinha sido a polícia, como se não pudesse ter sido gente do tráfico, das milícias ou mesmo algo passional. Investigação parece não importar nestas horas. A patética Dilma Rousseff chegou a dizer que se tratava de mais um capítulo do “golpe”. Enquanto isso, setores da mídia trataram de canonizar Marielle, como se o mundo que ela defendia devesse ser aceito, sem restrições, por toda a sociedade. Eu a respeito, mas não concordo com boa parte das ideias que abraçava. Parece que os pobres do Rio também não concordavam. A grande votação dela foi nas zonas ricas e abastadas.

Por fim, defendo que crimes com tal premeditação e crueldade deveriam ser punidos no mínimo com prisão perpétua. Infelizmente, do alto de suas bolhas ideológicas, ninguém de esquerda concorda comigo. Por isso estamos assim.

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