Colunistas

Quem tem pé chato?

Cerca de 75% das crianças chegam aos 7 anos de idade com algum problema nos pés – desde pés planos, pisada torta a questões mais complexas. Mas somente 2% das crianças já nascem com algum problema nos pés. Por que isso acontece? Segundo Ana Paula Lage, uma designer de calçados e pesquisadora visitante da University of Michigan Health System, essa alta taxa de anormalidade adquirida, durante o desenvolvimento motor dos pequenos, tem grande relação com o ambiente em que vivemos e com os calçados que usamos atualmente.

É que a estrutura muscular e óssea do ser humano se desenvolveu em resposta ao ambiente que seus ancestrais viviam: a natureza. Só há pouco mais de 100 anos é que a maior parte da humanidade passou a viver em um ambiente urbano com estímulos totalmente diferentes dos que provocaram a evolução do homem. Essa grande diferença entre o processo de adaptação e o ambiente atual é que prejudica o desenvolvimento natural dos pés.

Bom é pé no chão

Recomendados

Aprender a andar descalço, principalmente em solo natural, causa uma instabilidade que provoca os músculos e articulações dos pezinhos. “Por isso é de extrema importância para a criança aprender a andar descalça, se possível em solos naturais ou usar calçados que proporcionem essa experiência para crescer com uma base musculoesquelética bem desenvolvida”, alerta Ana Paula.

Descalço, porém calçado

A falta de pesquisas sobre sapatos infantis levou Ana Paula a focar seu mestrado no desenvolvimento de um tipo de sapato para que contribuísse para reduzir a alarmante estatística do “pé chato”. Com apoio de especialistas do SENAI e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela criou um calçado que simula a marcha descalça para permitir o correto desenvolvimento dos pés dos bebês. O Noeh, como foi batizado, imita o solo irregular ao qual os pés humanos são adaptados a se desenvolver. Em três modelos diferentes (www.noeh.com.br), os sapatinhos criados pela especialista mineira podem ser usados por crianças de 6 meses a 2 anos e meio, durante a chamada fase de rápido desenvolvimento da marcha.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos