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Temer e o ibope

É uma brincadeira ou uma mistificação dizer que melhorou a popularidade do presidente Temer, porque os índices da pesquisa CNI/Ibope divulgados ontem mostraram que a avaliação negativa de seu governo caiu de 77% para 74%. Ora, se essa diferença está dentro da margem de erro, assim como os outros dados supostamente positivos, por que razão se pode dizer que melhorou a popularidade do presidente mais impopular da história do país?

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Isso não quer dizer que a pesquisa seja tendenciosa. Mas é no mínimo curiosa essa oscilação, embora o governo tenha aumentado a sua exposição e trabalhado melhor a sua comunicação. A pesquisa não dá margens, contudo, para que sejam avaliados os erros de condução do governo, como, por exemplo, esse chove não molha da reforma da Previdência, cujo discurso data, no mínimo, de dois anos. Ora, o governo voltou a falhar nesse mês de dezembro quando até marcou data para colocar a proposta na Câmara dos Deputados para no final recuar.

Pois bem, é esse governo que começa a acenar agora com a possibilidade de ter um candidato próprio, ou seja, de suas fileiras, para disputar a eleição de 2018. Isso mesmo. O governo com a rejeição de 90 por cento, concentrando o foco no presidente da República, começa assim a balançar o pano, como os toureiros, para a hipótese de ter candidato para defender o seu “legado”. A ideia está interpretada, na verdade, como uma maneira de atrair o touro, no caso, o provável candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que, no entanto, tem se mostrado pouco disposto a carregar o andor de Michel Temer, embora na última semana tenha fechado questão para que sua bancada na Câmara aprove a proposta de reforma da Previdência.

Ao que tudo indica, o PSDB vai precisar sim do PMDB para disputar a presidência da República, mas não só do PMDB. Mais ainda se o ex-presidente Lula conseguir vencer as várias batalhas que tem pela frente e se confirmar como candidato do PT em 2018. Uma das razões para aliar-se ao PMDB é exatamente para fazer com que Lula e o PT fiquem isolados na esquerda – esquerda essa que está, neste momento, pelo menos, fragmentada. O problema, por enquanto, é do ex-presidente Lula, cujo julgamento pelo TRF de Porto Alegre está marcado para o dia 24 de janeiro.

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