Quatorze anos separam o ace desferido por Roger Federer na final de Wimbledon deste ano do seu primeiro título, no mesmo gramado sagrado do tênis. Nove anos separam a primeira medalha em competição mundial conseguida por Usain Bolt daquela conquistada em 2014 no Maracanã, palco de glórias do futebol. Trinta e cinco anos separam a chegada do enólogo australiano David Baverstock às terras portuguesas da última safra produzida por ele no Alentejo e no Douro, de onde brotam alguns dos melhores vinhos do mundo. Federer, Bolt e Baverstock têm em comum, além do talento e da genialidade, a capacidade de domar o tempo… Ou de não se deixar domar por ele.
ANÚNCIO
Baverstock, diretor de Enologia da Herdade do Esporão, demonstra isso quando é perguntado sobre os dois títulos de Enólogo do Ano, uma das maiores honrarias do gênero em Portugal. “Sim, eu os recebi. Mas não sei exatamente os anos… Lembro apenas do fato de ter sido premiado pela segunda vez após um bom intervalo de tempo. Isso é importante porque mostra como a qualidade do trabalho foi mantida apesar da passagem dos anos”.
Uma qualidade caracterizada pelo equilíbrio na enorme produção do Esporão, no Alentejo, e na Quinta dos Murças, no Douro. Pode-se falar em equilíbrio vertical e horizontal. Vertical porque, da linha básica aos vinhos ‘topo de gama”, todos os rótulos têm qualidade superior ao custo. E também pode-se falar em equilíbrio horizontal porque o padrão se mantém inalterado nas 12,5 milhões de garrafas produzidas anualmente pela vinícola.
Recomendados
Gari devolve Iphone ao dono após encontrar o aparelho no chão
Litoral de São Paulo registrou sensação de calor de 47ºC, diz Climatempo
Já ouviu falar de ansiedade climática?
Prêmios para atestar essa qualidade não faltam. De vinhos como os consagrados Torre e Esporão Private Selection nem é preciso falar. Mas o “equilíbrio vertical” desenvolvido por Baverstock e sua equipe de enólogos é comprovado, por exemplo, pela inclusão do Monte Velho Branco e do Assobio Tinto na lista dos 100 vinhos de melhor preço da revista Wine Spectator.
O australiano Baverstock se expressa num português perfeito, com uma fala mansa, tranquila, típica de quem sabe ter no tempo um aliado, tanto para amadurecer seus vinhos quanto para oferecer aromas e sabores que, provados em poucos instantes, se tornam eternos em nossa memória.