Colunistas

Acordo de Morales contra drogas é hipocrisia

A visita de Evo Morales a Brasília só não foi inteiramente inútil porque, além de “filar” a boia no Itamaraty, ele assinou acordo de segurança que prevê, entre outras obviedades, cooperação contra o “tráfico ilícito de entorpecentes”, como se existisse um “tráfico lícito”. O acordo é uma hipocrisia: ignora o fato de a Bolívia produzir 80% da cocaína consumida no Brasil e nele não há qualquer compromisso do visitante em reduzir a produção da folha de coca, matéria-prima da droga.

Estratégia
Ideólogos da quase ditadura boliviana acham que cocaína ajuda a fragilizar “potências imperialistas”. Eles acham o Brasil “imperialista”.

País doente
Documento do Itamaraty, de 2007, avisava que a Bolívia de Morales prometia combater o narcotráfico, mas só valorizava a folha de coca.

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À margem
A Bolívia sob o tacão de Evo Morales foi suspensa do Grupo Egmont, que reúne 105 países contra lavagem de dinheiro e o terrorismo.

Ops, foi mal
Com sua visita a Brasília, Morales acabou por reconhecer a legalidade e a legitimidade do governo Temer, após xingá-lo de “golpista”.

TCU descobre embaixador fantasma na UnB
A Secretaria de Fiscalização de Pessoal, do Tribunal de Conta da União (TCU), descobriu uma burla à lei que espantou até ministros e servidores mais experientes: o embaixador do Brasil em Praga (República Tcheca), Márcio Florêncio Nunes Cambraia, acumula seu salário, entre os mais altos do serviço público, com o de professor da Universidade de Brasília (UnB), da qual está afastado desde 1985.

Que coisa feia
O embaixador Cambraia esteve licenciado até junho de 2015, e recebe como se estivesse dando aulas a 9.600 km do seu local de trabalho.

Bem de grana
Cambraia recebe US$21 mil (R$67,8 mil) como embaixador, estima o TCU, e como professor embolsa R$10,7 mil mensais.

Expectativa
O caso do embaixador fantasma da UnB está com o rigoroso ministro Walton Alencar. A expectativa é de condenação contundente.

Um País de chatos
Grave ameaça à liberdade, a ditadura do “politicamente correto” gerou bandos de idiotas, inclusive na mídia, que não perdoam nem piada de discurso. Como a do ministro João Otávio de Noronha (STJ), ao brincar em um seminário que heterossexuais já são uma minoria sem direitos.

Sem dissidência
Apesar de o PMDB da Câmara haver fechado questão sobre a reforma da Previdência, não há unanimidade no partido. Mas o Planalto não quer correr riscos de perder um só voto do partido do presidente.

Desculpa fechada
O fechamento de questão não objetiva “punir” os que votarem contra a reforma da Previdência. E sim dar àqueles que temem reação de parte dos eleitores a desculpa de ter sido “obrigado a aprovar a reforma”.

PMDB sem moleza
A expulsão da senadora Kátia Abreu (TO) deu força à presidência de Romero Jucá. Quem não aceitar o fechamento de questão até para usá-la como desculpa, corre o risco de tomar pé na bunda do PMDB.

Coreia do Norte na Marinha
O jornalista, Renato Alves e a pesquisadora Marcelle Torres, da Escola de Guerra Naval, proferiram elogiadas palestras no Rio sobre a Coreia do Norte no Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha ontem. Alves deve lançar seu livro sobre o tema no influente think tank naval.

Exploração sem limite
Estão apavorados com o aumento de 61% nas mensalidades dos servidores que aderiram ao plano de saúde Geap. Servidor de nível médio com mais de 50 anos, vai pagar R$ 1,7 mil/mês, por exemplo.

Feriado gremista
O juiz de 1º grau de Vera Cruz (RS) resolveu adiar uma audiência de 12 de dezembro para 22 de janeiro. E botou a justificativa no despacho, orgulhosamente: a semifinal do Grêmio no torneio de Abu Dhabi.

Jango, 41
Há 41 anos, em 6 de dezembro, morria no interior da Argentina o ex-presidente deposto João Goulart, o Jango. A causa da morte tem sido alvo de questionamentos, inclusive da Comissão da Verdade.

Pensando bem…
…o punho erguido de Evo Morales, ao ser recebido gentilmente pelo presidente Michel Temer, lembrou muito gente da mesma laia, como José Dirceu, José Genoino e André Vargas, antes de serem presos.

PODER SEM PUDOR
Brizola e a cobra de Amin

O conservador Esperidião Amin se aliou a Leonel Brizola, em 1986, quando ambos sofriam com o êxito do Plano Cruzado. Ao visitar o governador no Rio, Amin contou uma fábula árabe para explicar como via o quadro:

– O urubu queria se vingar da cobra e contou seu plano à raposa: “Quando a cobra sair do buraco, dou uma bicada em cada olho e ela acaba morrendo”. A raposa ponderou que havia risco e sugeriu: “Vá à cidade, roube uma joia da moça mais bonita e uma multidão vai atrás de você. Voe para o buraco da cobra, atire a joia lá dentro e a turba vai matá-la para você”.

Brizola fez cara de quem nada entendeu e Amin contou a moral da história:

– Você está mais para cobra, neste momento.

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