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Governo vence na Câmara

carlos-lindenberg-colunistaRecua aqui, cede ali, almoça com deputados, janta com senadores, atuando sempre no varejo, dessa forma o presidente Temer vai recompondo a sua base parlamentar na Câmara e no Senado, depois de tomar alguns sustos e sentir que poderia perder aquilo que é o único trunfo que o governo tem: a coesão da base. Um dos sustos foi a rejeição do pedido de urgência para a votação da reforma trabalhista. Como estava sentindo que poderia não fazer passar a reforma da Previdência, Temer tratou de reunir sua base de apoio, inclusive no domingo de Páscoa, para acalmar os aflitos e satisfazer os insatisfeitos.

A estratégia começou a dar certo, a despeito do susto de terça-feira, quando o governo não conseguiu aprovar o regime de urgência da reforma trabalhista, perdendo a votação por 27 votos. Contudo, num tema menos polêmico, na mesma noite conseguiu aprovar o projeto que autoriza a negociação da dívida dos Estados com a União, aprovando o texto básico, mas sofrendo o desgaste de alguns vetos que ficaram para serem apreciados pelo plenário na semana que vem, entre eles, o do deputado mineiro Fábio Ramalho que autorizava o Executivo a fazer o encontro de contas com os Estados que têm dívida e credito com a União, como é o caso de Minas Gerais.
Minas, pelos cálculos do governo, deve R$ 87 bilhões à União, mas tem a receber R$ 135 bi por conta da retribuição da Lei Kandir. O deputado Fábio Ramalho tentou, na votação da nova negociação da dívida dos Estados com a União, entrar com uma emenda autorizando o governo federal a fazer o encontro de contas com os Estados, mas não conseguiu aprovar o destaque, embora o texto básico da lei tenha passado.

Derrota essa, por sinal, que ontem à noite foi revertida. Assim, o regime de urgência para a votação da reforma trabalhista passou por 287 a 144 votos da oposição, quando seriam necessários 257 votos apenas. Embora já tenha passado o projeto da terceirização e ganhado ontem o regime de urgência para a reforma trabalhista, a grande batalha será travada na reforma da Previdência, onde o governo joga a sua maior cartada. Até aqui, Temer vai fazendo o seu jogo, que se baseia praticamente na relação direta com os deputados e senadores, aos quais dispensa todo o seu tempo disponível, em cafés da manhã, almoços e jantares e a qualquer dia da semana, até mesmo no domingo de Páscoa.

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