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O enferrujado modelo Koff de administrar futebol!

leonardo-meneghettiO modelo de administração que Fábio Koff impõe no departamento de futebol é desatualizado e ineficaz. Na atual gestão, o Grêmio não ganha nada, não disputa nada e tem retrospecto em Gre-Nais capaz de deixar escondido embaixo da cama o mais fanático dos gremistas. Neste mandato, o Grêmio disputou oito clássicos. Perdeu cinco, empatou três. Conquistou apenas 12% dos pontos contra o rival, o que escancara tamanha incompetência. O rebaixado Flávio Obino, por exemplo, com seu time melancólico, ganhou um Gre-Nal e chegou a 15% de aproveitamento contra Inter.

Em clássicos, Koff tem sido o pior presidente dos últimos 18 anos. Pior que Obino, que Cacalo que também não ganhou Gre-Nal como presidente (somou apenas 13% dos pontos que disputou diante do rival), que Paulo Odone (40%), Duda Kroeff (26%) e José Alberto Guerreiro (62%). O aproveitamento de Rui Costa também é constrangedor.  Como esteve no departamento de futebol em 2010, disputou nove clássicos. E também nunca venceu. Perdeu cinco, empatou quatro. Resultado tão vergonhoso quanto o do presidente neste mandato! O retrospecto desta gestão de Koff só é melhor do que o período entre 1972 e 76, quando o Inter amassou o rival: em 15 clássicos, empatou dez e perdeu apenas duas vezes.

Tenho a impressão de que o presidente terceiriza excessivamente o comando do departamento de futebol. Entrega ao executivo a chave. O Conselho de Administração está distante deste contexto. Quem cobra Rui Costa? Quem diz a ele que quatro treinadores em dois anos é uma inaceitável falta de convicção? Esfriado na função, o assessor de futebol Marcos Chitolina não tem voz ativa!

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Este modelo de entregar completamente o comando do futebol a alguém, seja a um treinador como Luxemburgo ou Felipão, seja a um executivo, é ultrapassado. É necessário monitorar, fiscalizar, cobrar resultados. Fazer correções de rumo.  Soluções mágicas são boas para eleições. Mas o resultado só chega com trabalho. E competência.

A atual gestão surgiu como esperança de recuperar o Grêmio, dois anos atrás, mas também assina o processo de encolhimento do clube. O Grêmio presidido por Koff não passou das oitavas da Libertadores. Conseguiu a proeza de ser eliminado até pelo Santa Fé. Perde Brasileiro. Perde Copa do Brasil. Não ganha nem Gauchão. E leva surra em Gre-Nal!

Ainda há tempo para Fábio Koff salvar esta gestão, até aqui um desastre. O clube precisa inverter este enfoque de que o executivo manda mais do que a figura política no departamento de futebol. Rui Costa nem trajetória vencedora tem para isso. Por enquanto, é um perdedor. Com um dirigente experiente, vencedor e que se imponha à frente do departamento, com Rui Costa cumprindo especificamente sua função de executar o planejado, e com o treinador retirando do time peças que comprovadamente já não dão resposta, o Grêmio ainda pode salvar 2014. A oportunidade é a Copa do Brasil, competição feita a emergentes. Com estas correções, quem sabe Koff não vença ao menos um Grenalzinho neste mandato. Ou então que se conforme em levar bordoadas do rival vermelho!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

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