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O chapeuzinho e o lobo mau econômico

douglas-chamonNo século XVIII, o economista inglês Adam Smith desenvolveu o liberalismo econômico com o intuito de se contrapor ao absolutismo político e a nobreza agrária que emperravam o avanço do nascente capitalismo, o que fazia sentido. Atualmente, no Brasil, a maioria dos empresários dos setores produtivos ainda acredita ser este o melhor ambiente para que os agentes sociais (empresas, trabalhadores e governos) atuem racionalmente, gerando o bem-estar e a riqueza necessária para que todos sejam felizes. Infelizmente, a falta de conhecimento sobre a economia faz com que estes empresários não entendam que hoje esta política econômica favorece somente o sistema financeiro (bancos) e organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), os quais atuam como “mulas” para o capital especulativo, que necessita de um mundo sem regras para que possa se movimentar livremente pelos quatro cantos, comendo como abutres a riqueza gerada por empresários e trabalhadores, sem serem controlados.

Em meados do século passado o economista e capitalista inglês John Keynes ensinou-nos que a regulamentação do mercado tornara-se fundamental para que este pudesse crescer de forma saudável e sustentável, pois se trata de um organismo imperfeito, movido pela irracionalidade humana, indo em direção ao abismo quando existe sem regras bem definidas. Na década de 1930 Keynes mostrou-nos como o liberalismo levou o mundo à grande recessão, e faria o mesmo se vivo fosse em 2008, com a crise financeira mundial.

Como economista e consultor que lida diariamente com empresários dos muitos segmentos produtivos do Espírito Santo, vejo como é eficaz a atuação de colegas que trabalham para o capital especulativo, que, sobretudo por meio da mídia e de repetidores como Sardembergs, Passos e Leitão’s, amealham fiéis ingênuos que os ajudam a surrupiar a riqueza produzida, e, o mais genial, dão uma face bonita e piedosa ao discurso liberal, pois o setor produtivo é visto como a chapeuzinho pela sociedade, enquanto que o financeiro sabe que é tido como o lobo mau.

Douglas Chamon é mestre em Economia, consultor de empresas e parceiro técnico do Instituto Euvaldo Lodi – Findes e Tecvitória 

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