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Uma quarentona renovada

lizemara-pratesA Ceasa de Porto Alegre está completando 40 anos e a comemoração envolve um encontro com presença de convidados do Brasil e demais países do Mercosul que discutem o papel da agricultura familiar no abastecimento. Tudo dentro do complexo e com cardápio à base de hortigranjeiros comercializados na central. Os pratos são elaborados em uma cozinha show pelos chefs do Grupo de Trabalho de Gastronomia Regional do Palácio Piratini, que tem como objetivo divulgar a culinária gaúcha. Pela Ceasa da capital passam 35% dos hortigranjeiros consumidos no Estado. A oferta é diversificada. Inclui flores, sacaria, queijaria, carnes e peixes. Na central são comercializados produtos de 167 cidades gaúchas, 18 Estados brasileiros e nove países: Argentina, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Itália, Nova Zelândia e Uruguai. São mais de 2 mil produtores gaúchos cadastrados e 300 empresas atacadistas que geram cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos.

As Centrais de Abastecimento foram idealizadas no final da década de 1960 para facilitar a comercialização dos produtos alimentícios perecíveis de origem vegetal. O projeto arquitetônico da Ceasa da capital foi criado pelo arquiteto Carlos Maximiliano Fayet, considerado na época representante de construções modernistas como o Palácio da Justiça e o auditório Araújo Vianna. Um dos diferenciais da construção é a abóboda no telhado que permite passagem de iluminação natural.

Atualmente, entre os projetos em destaque estão a construção de uma estação de transbordo dos resíduos orgânicos e inorgânicos, que chegam a 40 toneladas diárias, o equivalente à produção média de uma cidade de 50 mil habitantes. É a primeira fase para a construção de uma usina modular de biogás, que vai gerar 660kVA, energia suficiente para um condomínio com cerca de 250 habitantes, e conter o lançamento de 38 toneladas de carbono na atmosfera por ano, já que os resíduos não serão mais transportados para lixões ou aterros sanitários. O objetivo é produzir até 30% do consumo energético da Ceasa e aproveitar 70% do lixo orgânico na produção de biofertilizante. A unidade deve entrar em funcionamento em dois anos.

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Também merece registro o Banco de Alimentos que distribui produtos sem condições ideais de comercialização, mas adequados ao consumo. São beneficiadas mensalmente mais de 50 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social. A meta é zerar o desperdício de alimentos em condições de consumo humano. Fica a dica de uma visita ao complexo. Vale a pena conhecer a diversidade de nossa produção. Vá preparado para ver um mundo ruidoso e colorido.

Lizemara Prates é jornalista do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Apresenta o AgroBand, na TV Band, e tem comentários diários sobre agronegócio na Rádio Bandeirantes e na BandNews FM. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

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