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Jogo de pressão e catimba. É o Newell’s!

leonardo-meneghettiAh, a Libertadores! Que magia que tem esta competição. Quanto nos fascina. E nem é só pela vaga ao Mundial, que tanto ambicionamos. É esta competição seu DNA, suas particularidades. E hoje estamos novamente diante de um grande jogo. Este Newell´s Old Boys x Grêmio promete ser o melhor jogo deste primeiro trimestre do ano. O time gaúcho poderá sair de Rosário como favorito ao título continental. Uma vitória o colocará neste patamar. O empate é um bom resultado e a derrota nem chega a ser desastrosa, mas, é claro, tira da zona de conforto.

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O Newell’s é um bom time de futebol, competitivo, e que nunca ganhou a Libertadores da América. Foi semifinalista no ano passado, eliminado pelo Atlético Mineiro, nos pênaltis, e eu inclusive o credenciava como candidato ao título. Portanto, tem obsessão por esta conquista, para se juntar aos maiores do futebol argentino como Boca, River, Velez, Estudiantes, Racing, Independiente e até mesmo o modesto Argentinos Júniors, formador de craques como Maradona, Redondo. Sorin e Riquelme.

Leio na imprensa argentina que o Newell’s não abrirá mão do campeonato argentino enquanto está na Libertadores. Atualmente ocupa a sexta colocação, três pontos atrás dos líderes Colón e Estudiantes. Ou seja, está na turma dos que podem ambicionar o título. O futebol argentino anda tropeçando nas pernas, no que se refere a qualidade do futebol que se joga dentro do país. Reflexo também de uma economia dilacerada, de um país governado sob o humor eletrocardiograma de sua presidente. O Newell’s tem se destacado nesta mediocridade. E competições eliminatórias estão no perfil preferido dos argentinos. Compensam a falta de talento com muita garra e uma exagerada dose de catimba, malandragem e até alguns recursos nefastos, especialmente quando jogam em seus domínios.

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Crio este ambiente para evidenciar que o Grêmio não terá facilidades esta noite. Lamento a ausência de “cascudos” como Zé Roberto e Kleber. Jogadores desta envergadura costumam crescer nestes momentos. Ao contrário do tricolor gaúcho o rubro-negro argentino joga a vida hoje, em Rosário. Nem o empate será tranquilizador. Terá de vencer. Usará todos os recursos disponíveis para pressionar, tomar conta do meio-campo, envolver a equipe de Enderson Moreira. E o tipo de força que os argentinos costumam impor nestas situações, às vezes, é impressionante. Tonteia o oponente. Portanto, os primeiros vinte minutos de jogo serão bem importantes para o Grêmio acomodar-se em campo.

O Newell’s precisa encontrar resistência e agressividade ofensiva. Ou seja, o Grêmio também deve atacar e ocupar seus espaços. Não pode ser um paredão defensivo. Em algum momento a bola acaba entrando. Por isso, ameaçar o time argentino, mostrar que o tricolor não teme esta pressão inicial é decisivo.

O Gauchão, nosso torneio-início, hoje não merece mais do que uma linha. Afinal, nem sabemos quem será o adversário do Inter!

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

 

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