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A letargia da FGF quebrou o Gauchão!

leonardo-meneghettiO Campeonato Gaúcho é constrangedor. Tem média de público de envergonhar. Alguns jogos poderiam ocorrer no salão paroquial de qualquer igreja. Até com 60 torcedores já tivemos partidas este ano. E com 150 pessoas acontece jogo a toda hora. Mas tem mais. Falta luz, há estádios que parecem não terem sido vistoriados pela Federação e gramados sem condições de receber nem show sertanejo. Há também liberações de estádios em cima da hora e jogos com datas concomitantes com a Libertadores que, eu acho, é um tantinho mais importante que este torneio-início chamado Gauchão.

E agora o racismo com repercussão internacional para envergonhar qualquer cidadão gaúcho. Muito lentamente, em velocidade de Rubens Barrichello, o presidente da FGF deu sinais de estar preocupado com o episódio. Reconheço que Francisco Novelletto é um sujeito correto, empreendedor competente e uma grande figura humana. Mas à frente da Federação Gaúcha de Futebol erra demais. Especialmente quando se omite. O sempre gentil Chico Novelletto, como é chamado pelos amigos, talvez devesse estar melhor assessorado. A letargia da Federação quebrou o regional. Nosso campeonatinho faliu.

O episódio Márcio Chagas é uma evidente demonstração de que o presidente da FGF prefere esconder-se quando o assunto é polêmico. Quando ocorreu o problema em Bento, de repercussão em tudo que é canto, Novelletto concedeu uma entrevista lamentável, que serviu apenas para referendar que a Federação não fará nada sobre o episódio. E desapareceu, pedindo que seu vice ocupasse os microfones. Em férias, ao que me informam. Agora, parece que percebeu a gravidade da situação

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Momentos delicados como este sugerem que o dirigente que comande o futebol gaúcho surja como liderança. Deve tomar à frente da situação, lamentar severamente o ocorrido, envolver-se com o caso. Cobrar, pressionar, Influenciar e pensar soluções futuras para que isso não se repita. Mas, como é seu costume, prefere agir como caramujo. Encolhe-se. Some do mapa. Diz que não tem o que fazer, que não é com ele, só cabe lamentar e blá-blá-blá.

Não me surpreende. Pois quando tem o que fazer, como dar rumo a este tal Gauchão, não faz. A Federação organiza um campeonato ruim, de raro interesse público, que já não emociona mais ninguém.

Os estaduais estão morrendo e os presidentes das federações ficam agarrados aos carguinhos sem mover um centímetro para que isso seja alterado. É o momento de uma mudança radical no calendário do futebol brasileiro, da reestruturação completa dos regionais, que agonizam e definham. E o bom senso nem precisa nos dizer isso.

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band/RS. Diariamente, às 13h, comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

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