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Ano de recordes e seus desafios

lizemara-pratesA previsão atualizada da safra agrícola mantém a perspectiva de recorde no país e no Rio Grande do Sul. É animador, porque somos um estado com a base da economia alicerçada no agro. No interior, o comércio espera a safra para faturar. É no momento da colheita que as lojas vendem mais roupas, eletrônicos, eletrodomésticos, móveis. Que as imobiliárias fecham negócios, que proprietários rurais firmam contratos de arrendamento de terras.

Aqui, na cidade grande, não temos a mesma sensação desta movimentação na economia. Fica mais diluído porque temos indústrias, comércio, serviços, enfim, outra pirâmide econômica.

Um desafio importante é distribuir esta produção durante o ano. Se houver condição de armazenagem nas propriedades, os produtores poderão vender nos 12 meses, de acordo com a necessidade do mercado. O preço não despencaria ao produtor e o abastecimento seria regular, sem solavancos na oferta. Portanto, precisamos avançar na construção de silos nas fazendas.

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Saindo da porteira para os centros de consumo, o grão passa pelas estradas. Nossa safra é ainda transportada prioritariamente por rodovias. Cento e oitenta mil caminhões estão preparados para carregar a safra no Rio Grande do Sul. O pico no transporte dos grãos em direção ao porto de Rio Grande e a outros estados será de abril a junho. Mas, já em março, o trânsito começa a ser intensificar nas rodovias. Outro desafio a ser vencido é a logística que envolve os portos. A soja é nosso principal grão exportado. Dez milhões de toneladas devem ser embarcadas neste ano em Rio Grande. Mandamos soja daqui para a China. Só para dar uma dimensão da nossa potencialidade, nesta safra deveremos colher 13 milhões de toneladas da oleaginosa, contra 12 milhões na China. E o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e ocupar o primeiro lugar como produtor mundial de soja, com 90 milhões de toneladas. Mas também mandamos para outros países arroz e milho.

Para alcançarmos estes números precisamos controlar as pragas e contar com um clima favorável. Produzimos duas safras de milho e de feijão, as chamadas safra e safrinha. Às vezes, a safrinha vira safrona porque ultrapassa a primeira. Depois, temos a safra de inverno com lavouras que resistem ao frio. A principal é o trigo. A pesquisa está se encarregando de criar novas variedades que resistam a doenças e variações climáticas e já estamos pensando em mais safrinhas ou safronas ao longo do ano.

Este é o cenário que nos transformou em um player mundial na produção de alimentos.

Lizemara Prates é jornalista do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Apresenta o AgroBand, na TV Band, e tem comentários diários sobre agronegócio na Rádio Bandeirantes e na BandNews FM. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre

 

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