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O príncipe!

junior-brasil belo horizonteSer príncipe no meio de tantos gênios e craques é um privilégio de poucos. Dirceu Lopes é membro desta elite. Um mineiro típico e que cometeu um grave erro em sua carreira: deixou a bola falar por ele e ser a tradutora de sua genialidade. Nunca foi de alardear ou contar prosa para conquistar nada. Acreditava que o trabalho bastava, mas estava enganado. Foi um dos grandes injustiçados de nosso futebol. Não foi à Copa do Mundo de 1970 porque não bajulava e era autêntico. Sua timidez era como um animal enjaulado que, dentro de campo, o transformava em um poeta da bola, ferino, veloz, hábil, inteligente e encantador.

 

Muitos consideravam Dirceu Lopes um homem mau e um atleta impiedoso. Afinal, poucos jogadores deixaram tantos adversários estatelados no chão depois de serem driblados. Essa era a linguagem de Dirceu, a linguagem da bola. E tudo era muito natural para ele, pois não tinha a intenção de humilhar, apenas não conseguia fazer de outra forma. Suas jogadas e gols eram a expressão da sua genialidade, seus dribles inesquecíveis e seus chutes certeiros como a flecha de Robin Hood.

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Recentemente, foi homenageado por ter sido o melhor jogador de 1971 e ganhou a Bola de Ouro, em um evento esportivo. Hoje em dia, Dirceu Lopes é falante e seguro de seus feitos, bem diferente do jogador. Dono de uma história rica e vinculada ao Cruzeiro, onde se consagrou e venceu até o Santos de Pelé. Protagonizou jogos históricos e teve uma importante participação na grande transformação vivida no Cruzeiro. Conquistou o Brasil e a América. Atualmente, trabalha em Rio Acima e por onde anda é reconhecido e admirado.

 

Um dia desses conversei com o amigo e empresário Wanderley de Miranda, e ele me falou do livro que o jornalista Pedro Blank vai publicar sobre Dirceu. Achei fantástico e descobri que será uma obra definitiva e muito bem escrita, pois o escritor tem competência de sobra para esta missão. “O Príncipe da Bola: a real história de Dirceu Lopes” vai ser lançado em fevereiro e conta, por exemplo, que o craque cobrou menos de dez pênaltis no Cruzeiro e mesmo assim, contando os jogos da base, é o maior artilheiro do clube. Lembro que Tostão é o maior artilheiro do profissional, pois não jogou pela base. Enfim, mais um golaço do gênio da bola! Valeu!

Junior Brasil é comentarista esportivo da rádio Itatiaia e da TV Band Minas, professor universitário, mestre em administração e cobriu a Copa do Mundo da África. Escreve no Metro Jornal de Belo Horizonte

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