O brasileiro ainda nem nasceu. Estamos nos primórdios, tal qual um óvulo fecundado. Há duas décadas, eu achava que levaríamos cem anos para fincar o pé em algo parecido com o 1º mundo. Hoje acho que se levarmos duzentos estaremos no lucro. E eu me incluo nesta horda bárbara controlada e explorada com mão de ferro pelo governo. A última de dona Dilma foi, num canetaço, cobrar imposto quando qualquer cidadão saca dinheiro no exterior. E não é pouco imposto: 6,38%. Quer dizer que eu trabalho, pago todos os meus tributos, contribuo para uma das mais elevadas cargas tributárias do planeta e não tenho o direito de sacar qualquer quantia da minha própria conta corrente no Uruguai, na Argentina, nos EUA ou na Europa sem que o governo me cobre por isso? Não, não tenho. São eles que definem o que podemos e o que não podemos. Tal qual escravos que não se rebelam, vamos engolindo tudo.
Depois das manifestações de junho, quando uma Dilma nervosa foi à tevê parecendo um pêndulo, caindo de um lado para o outro, tamanha a tensão, eu já não tinha um pingo de esperança. Não nos fazemos respeitar. Conosco qualquer cascata pega. E quando o andar de cima não respeita quem paga os 53 quartos de hotel e 17 carros em Roma para ver o Papa, tudo sempre tende a piorar. E o cartão corporativo, ainda hoje em sigilo? Esta é outra história.
No Brasil de hoje a falta de respeito é lei governista. Na semana retrasada, uma paulistana relatou que na Alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos, pediram-lhe até nota fiscal das roupas íntimas e que acabou sendo taxada por produtos – como bolsas – que havia comprado no Brasil. Não me surpreende. Já ouvi casos de pessoas que foram multadas e tiveram de pagar imposto sobre seus Ipads e Notebooks comprados anteriormente e com flagrante uso. Isso porque as regras não são explícitas do que se pode ou não trazer do exterior. A tal isenção de “itens de uso pessoal” fica a cargo do funcionário da Receita, que não raro age como se fosse o coletor de impostos do Império Romano diante de tribos reféns
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Essa voracidade do governo, esta insensatez sem limites, foi longe demais. O governo não permite que eu tire meu dinheiro honesto do banco sem pagar. O fiscal me cobra por coisas que já paguei. Esqueça. Escravo não reclama, baixa a cabeça e trabalha.
Diego Casagrande é jornalista profissional diplomado desde 1993. Apresenta os programas BandNews Porto Alegre 1a Edição, às 9h, e Ciranda da Cidade, na Band AM 640, às 14h. Escreve no Metro Jornal de Porto Alegre