Apostei que neste ano conheceria como são criadas as aves natalinas. Perdi. Tentei, com auxílio da equipe do Agroband TV, marcar uma reportagem num criatório e em uma indústria dessas aves especiais. Tudo é envolto em mistério, afinal, é um segredo valioso que está muito bem protegido. Envolve investimentos das empresas que disputam um mercado concorrido. Aqui no Brasil, temos o hábito de comer esses pratos somente no Natal, mas em outros países eles são saboreados em várias ocasiões. Somos exportadores de peru e aves natalinas.
Quando criança, conheci os perus. Lindos. Portanto, não houve mistério a ser desvendado. A tradição norte-americana e europeia foi introduzida no Brasil dentro do conceito de que o tamanho do peru representa fartura. Cresci, e vi chegar ao mercado o chester, o bruster, o fiesta. Fiquei confusa. Fui pesquisar que aves são essas. Descobri que são superfrangos com maior concentração de carnes nobres. O primeiro a chegar ao Brasil foi o chester, resultado de 11 linhagens de uma galinha escocesa trazidas dos EUA. Faz 31 anos que é vendido aqui. O grande diferencial é o percentual de peito e coxa: 70%. Em inglês, peito é chest. Daí, a origem do nome. Bruster e fiesta são igualmente superfrangos, só que de outras marcas. As aves resultam de melhoramento genético de frangos a partir de sucessivos cruzamentos de fêmeas e machos selecionados. Não tem nada a ver com transgenia.
Levam mais tempo do que o frango para ser abatidos e menos do que o peru. O frango é abatido em 42 dias com a média de 2,5 kg. O peru em 84 dias, com média de 4,3 kg e as “novas aves”, em 60 dias, com peso entre 3,6 e 4 kg. No Estado temos criatórios de perus na região de Caxias do Sul, onde são industrializados, e de chester em Marau e Serafina Corrêa.
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Eles contribuem para os bons resultados da nossa avicultura. Ocupamos o 3º lugar no ranking de Estados produtores e exportadores de frango. O Brasil é o terceiro produtor mundial, atrás dos EUA e da China e o maior exportador de frango. Independente do tipo de ave, a decisão fica por conta da preferência por uma carne mais ou menos tenra e pelo preço. Para receber o novo ano vamos de carne suína. Lombinho, pernil, carré. Qualquer corte é bem-vindo para a ceia. E o churrasco também entra nas festas como prato do dia seguinte. Ou até mesmo na ceia. O importante é ter uma mesa farta. E não só nas festas, mas ao longo de todo o ano.
Lizemara Prates é jornalista do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Apresenta o AgroBand, na TV Band, e tem comentários diários sobre agronegócio na Rádio Bandeirantes e na BandNews FM. Lizemara Prates escreve no Metro Porto Alegre.