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Assaltos nos restaurantes

mario-sergio-duarteUm assalto em restaurante da zona sul, na semana passada, chamou-nos a atenção para um possível aumento nesta prática criminosa.

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A sensação é de desconforto, mesmo que os índices registrados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) não apresentem um aumento real. Um velho e assanhado ditado diz que “estatística é como biquíni, mostra o supérfluo e esconde o essencial”. Daí ser conveniente sempre dar-se uma olhadinha de soslaio para o que ela possa estar escondendo.

A verdade é que sensação de segurança não é algo a ser avaliado unicamente pela objetividade da matemática, que pode, como o biquíni, estar escondendo essencialidades. E, muitas vezes, vale o contrário: uma grande sensação de segurança pode ser desmentida por muitos registros criminais, do mesmo jeito que poucos registros podem não resultar na tranquilidade do cidadão.

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Para o caso particular desse tipo de violência, quando a brutalidade armada chega aos restaurantes, impossível não considerar seus agravantes, porque, muito além de servir comida pronta, aqueles são locais de lazer, de encontro com a família, com os amigos, lugar de celebrações, de negócios, de romances. Um jantar cuidadosamente planejado ver-se, de repente, interrompido pela violência de um assalto, é traumático!

Normalmente, nestes momentos, a Polícia Militar aparece sozinha no foco. Afinal, é ela que vai passar o desconforto de encarar os funcionários e os clientes assaltados. Por ser polícia ostensiva, “de rua”, para muitos pode parecer mesmo que é a única para qual devem ser dirigidas as reclamações e os xingamentos pelos crimes da cidade.

Ora, não se trata de promover um jogo de empurra, mas é preciso esclarecer que ambas as polícias possuem responsabilidade na redução do crime e na promoção da sensação da segurança; tanto que os maus e bons resultados do programa de metas da Secretaria de Segurança são avaliados em regime de co-responsabilidade das polícias.

A PM e a Polícia Civil têm, pela frente, o desafio dos restaurantes. Se mexerem juntos o caldeirão do “escondidinho” (da polícia) estarão muito mais próximos de satisfazer os clientes.

O coronel Mário Sérgio Duarte, autor do livro “Liberdade Para o Alemão – O Resgate de Canudos”, escreve às quartas-feiras.

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