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Olho nos números. Ouvido nas notícias

mario-sergio-duarteO ano não tem sido bom para a Segurança Pública do Rio nos números. Mas estou apostando em melhoras até o fim de 2013. É bom esclarecer que estatísticas não são a única forma de analisar quadros de segurança. A segurança subjetiva, que é nada mais do que sensações da população acerca dos fenômenos da violência, com a hipótese de tornar-se vítima real dela, também é bastante considerada nas análises dos gestores dos serviços policiais para o planejamento de operações de combate ao crime.

Se os números da criminalidade nos transmitem a consistência do conhecimento científico, permitindo-nos a desconstrução de medos fantasiosos, injustificados, refutados por panoramas estatísticos favoráveis, isto já não acontece quando as informações seguem o critério dos boatos e dos comentários de esquina, passados de boca em boca. Como fundamento de conhecimento, os números são mais confiáveis e, por isso, deveriam impactar mais a nossa razão, verdadeira validadora dos critérios intelectuais da verdade.

Mas, aí, um paradoxo: o que realmente nos atemoriza não são as tabelas do ISP, cheias de “percentualizações” que pouco compreendemos. É a notícia terrível do assalto na porta do condomínio que ouvimos de Dona Maria, na padaria; é o assassinato estúpido e cruel contra quem tentou proteger seu carro, ou talvez sua família, algo ali pertinho da gente, em nosso bairro, conforme nos contou Seu João, no sacolão.

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Este ano as coisas ainda não estão bem, admitamos, mas isto ainda não mexeu com nosso sentimento de medo. E Oxalá não o faça! Os homicídios voltaram a crescer. Entre abril e junho deste ano já se somam 1.201 contra 999 do mesmo trimestre de 2012. Os roubos de veículos aumentaram 11,4%, os roubos de transeuntes 14,3% e, os de celular, 20,1%. Somem-se a isso mais 9,4% dos roubos em coletivo e a classificação “roubo de rua” (transeunte+celular+coletivo) exibe um aumento de mais 2.215 eventos, ou seja, mais 14,3%. São os tais numerozinhos do ISP, aqueles que não nos assustam, mas são os mais importantes para orientar as estratégias da segurança.

É verdade que a responsabilidade pelo controle da criminalidade deve ser compartilhada pelas duas polícias, Militar e Civil. Mas, sem ofensa aos irmãos da PCERJ, minha aposta de que tudo melhora até o fim do ano está assentada na nova gestão da PM. Podem chamar a isto de etnocentrismo. Tudo bem! Para mim é tão somente um saudável otimismo.

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