Ciência e Tecnologia

Você sabia que o seu rosto e impressão digital podem estar à venda? Este é o lucrativo mercado negro da Dark Web

Mais de 81 mil impressões digitais já estão disponíveis nos cantos mais obscuros da dark web, evidenciando a vulnerabilidade desses filtros.

Neste mundo mediado, a impressão digital e a verificação facial são tecnologias biométricas que ganharam destaque por melhorar a segurança e a autenticação em diversos sistemas. Por um lado, a impressão digital baseia-se nos padrões das linhas dos dedos, únicos em cada pessoa, enquanto a verificação facial utiliza algoritmos avançados para analisar as características distintivas de cada pessoa, como a distância entre os olhos, a forma do rosto ou a posição das sobrancelhas. No entanto, o que começou como um filtro de segurança hoje está no centro das atenções. A razão? Esses dados são tão valiosos que hackers cibernéticos estão se aproveitando de seus bancos de dados na web para vendê-los no mercado negro.

Na verdade, de acordo com pesquisas recentes da NordVPN, a realidade é, para dizer o mínimo, inquietante: mais de 81 mil impressões digitais já estão disponíveis nos cantos mais escuros da dark web, evidenciando a vulnerabilidade desses sistemas supostamente seguros.

Os meus dados podem estar à venda?

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Em relação a isso, o especialista em cibersegurança da NordVPN, Adrianus Warmenhoven, decidiu alertar sobre os risco associados aos dados biométricos. Isso ocorre porque, ao contrário das senhas que podem ser alteradas rapidamente em caso de comprometimento, os dados biométricos como a impressão digital, a voz ou o rosto não podem ser alterados, o que dificulta sua proteção e a recuperação da segurança uma vez que foram expostos.

Assim, as técnicas de falsificação, incluindo a tecnologia deepfake, estão sendo usadas por cibercriminosos para criar réplicas de identificadores biométricos que são posteriormente vendidos ou usados para fraude, tornando esses dados como os mais valorizados atualmente na Dark Web. Seu alcance pode variar desde acessos a contas bancárias, sistemas de segurança e, na verdade, qualquer serviço que exija autenticação biométrica.

Preocupados com o assunto, o Computer Hoy conversou com David Marqués Díaz, Head of Operations da Advens Iberia, sobre a ameaça particular da exploração da voz por meio de ferramentas de IA, que podem ser usadas para cometer uma variedade de fraudes. “No mercado ilegal, os dados biométricos são possivelmente os dados mais cobiçados, pois não são fáceis de obter, e agora, com a inteligência artificial, podem ser explorados de forma mais eficaz”, explicou o especialista.

Por essas razões, a falsificação de identidade está se tornando uma prática cada vez mais acessível. Além disso, a perpetuidade dos dados biométricos os torna extremamente valiosos. Uma vez que são vazados, explicou o representante da Advens Iberia, o risco de abuso e exploração é potencialmente infinito, o que representa um desafio significativo para as entidades responsáveis por proteger essas informações.

O pior? Até agora não existe uma solução internacional ou coordenada para agir rapidamente em caso de falhas. Regulamentações como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na União Europeia podem garantir um manuseio ético e legal dos dados biométricos, mas mesmo assim os cibercriminosos continuam aproveitando para roubar esse tipo de dados.

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