Brasil

Marina: eleição tem que ser ganha na base de proposta, não de rótulo

Marina Silva, pré-candidata à presidente pela Rede Sustentabilidade, quer quebrar a polarização política no país, “para que não se ganhe mais eleições com base em rótulos, mas sim em torno de propostas”, disse em entrevista ao Band Eleições desta segunda-feira, 21.

Para Marina, há dificuldade também no diálogo que permeia a relação com o Congresso Nacional. Ela diz que, caso eleita, construirá maioria para governar com base em seu programa. “O modelo que temos aí está mais do que falido. A presidente Dilma [Rousseff, PT] tinha quase 300 parlamentares e não conseguiu governar. O presidente [Michel] Temer [MDB] tem quase 300 parlamentares e não entrega o que propõe”, ressaltou. “Precisamos mudar essa relação com o Congresso, e a melhor forma é o convencimento.”

A pré-candidata deu como exemplo desta mudança a chanceler alemã Angela Merkel. “Ela ficou seis meses negociando para compor a maioria, e fez isso sem prometer diretoria para alguém fazer falcatrua. É assim que tem que acontecer.”

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Economia

Marina Silva adiantou que manterá o que deu certo na economia, independente de quem inventou. Além disso, tem como intenção no campo econômico conter gastos públicos, mas sem “engessar o orçamento por 20 anos como fez Temer”, frisou, citando a PEC do teto dos gastos, aprovada em 2016.

“Nós temos um total descontrole das contas públicas hoje”, observou. “Precisamos de eficiência e não podemos gastar mais do que arrecadamos”. Marina afirmou que é possível fazer isso analisando, ano a ano, a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias a fim de evitar abusos de verba pública.

Reforma da Previdência

A pré-candidata da Rede também concorda que a Reforma da Previdência é necessária, já que considera o sistema atual como “insustentável”, mas não pretende levar adiante a atual proposta enviada ao Congresso pelo presidente Temer. “Ele, inclusive, comprometeu esse tema para sustentar seu governo”, opinou.

“Não se pode fazer essa reforma sem combater privilégios e outras séries de injustiças que o governo, de forma oportunista, criou para se sustentar.”

Porte de armas

Por fim, Marina Silva expressou sua opinião sobre a relação dos problemas de segurança pública com o porte de armas para o cidadão comum. “O porte legal de armas já existe na lei. O problema da segurança, porém, não vai resolver distribuindo armas para pessoas assim. A obrigação de reprimir o crime e a violência é do Estado, que está legitimado para isso. Criar essa lógica de armar a sociedade para que ela faça sua autodefesa é reconhecer a falência e a incapacidade do Estado [para essa questão].”

Band Eleições

O programa semanal foi exibido nesta segunda-feira, à 00h25, e apresentado pelo jornalista Rafael Colombo. Para entrevistar o convidado, a bancada contou com as participações dos jornalistas Fernando Mitre e Julia Duailibi. O Band Eleições será reexibido às terças-feiras no BandNews TV e na Rádio Bandeirantes.

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