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Com amigos soltos, Temer dá posse a novos ministros

Após a prisão de amigos e aliados próximos, alvos da Operação Skala, o presidente Michel Temer começa a refazer hoje sua equipe ministerial, diante da saída de auxiliares para concorrer às eleições. No Planalto, o temor é de uma terceira denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o presidente.

A Operação Skala investiga suposto favorecimento das empresas do setor portuário por meio da edição do Decreto dos Portos, assinado por Temer no ano passado.

Entre os 10 presos preventivamente na operação – todos soltos no sábado, a mando do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Roberto Barroso – estão o amigo próximo de Temer, coronel João Batista Lima; o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e o ex-assessor do presidente José Yunes. Outros três mandados de prisão não foram cumpridos porque os acusados estavam no exterior.

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Caso a PGR decida responsabilizar Temer, o presidente precisará reconstruir sua base no Congresso. Se surgir, a denúncia deve ser pautada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vive a expectativa de uma possível candidatura à Presidência da República.

Além disso, a procuradoria pode se manifestar em plena campanha eleitoral, o que exigirá força do governo para derrubar a denúncia no meio da campanha, com a pressão do palanque.

Nova equipe

Já de olho na reconstrução da base, Temer empossa hoje os ministros que vão recompor o governo após a debandada de aliados para concorrer a cargos nas eleições – o prazo para a saída dos ministros termina no sábado.

O atual diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Valter Casimiro assumirá a pasta de Transportes no lugar de Maurício Quintella. O então presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, assumirá o Ministério da Saúde, substituindo Ricardo Barros.

Para a presidência da Caixa, será nomeado o atual vice-presidente de Habitação da instituição, Nelson Antônio de Souza.

O presidente trabalha, agora, para escolher os nomes que vão compor a equipe econômica. Foi definido que o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ocupará a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Esteves Colnago, atual secretário-executivo da pasta, será o novo chefe do Planejamento. O acordo foi confirmado ontem.

Não há definição de quem ocupará a Fazenda, chefiada por Henrique Meirelles, que analisa possível candidatura à Presidência – ele se filia ao MDB amanhã.

Caso Meirelles de fato decida se candidatar, o mais cotado para assumir o cargo é o atual secretário-executivo da pasta Eduardo Guardia.

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