Um ciclo da Operação Lava Jato será fechado nesta terça-feira, em Curitiba, quando o empreiteiro Marcelo Odebrecht deixar a sede da PF (Polícia Federal). De lá ele irá ao prédio da Justiça Federal, para colocar tornozeleira eletrônica, e então para sua mansão em condomínio fechado no bairro do Morumbi, em São Paulo.
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Quando foi preso, há dois anos e meio, no dia 19 de junho de 2015, Odebrecht já era alvo da Lava Jato. Ao contrário de vários que correram para o MPF (Ministério Público Federal) em busca de uma delação premiada, porém, ele resistiu ao máximo: negou os crimes ao juiz Sérgio Moro, na CPI da Petrobras e em comunicados à imprensa.
A Lava Jato, porém, descobriu repasses no exterior, as famosas planilhas com codinomes dos beneficiários e envolvidos que descreveram o chamado “setor de propinas” do grupo. Diante das provas contra si, Marcelo capitulou.
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Durante a negociação da delação, todos os outros executivos foram soltos, mas ele ficou. Tanto na cela da PF como no Complexo Médico Penal, presídio na região de Curitiba, o empreiteiro fez fama pela rotina disciplinada, composta de exercícios físicos pela manhã e leitura de processos e envio de cartas à mulher depois do almoço.
Quando o acordo afinal veio a público na íntegra, em abril deste ano, trouxe os nomes de mais de 100 políticos e relatos de propinas em outros 11 países. As consequências judiciais do que os 77 membros do grupo disseram ainda estão longe do fim.
Para sair da prisão, o ex-líder dos empreiteiros assumiu multa de R$ 73,4 milhões (que ele desembolsou à vista, recentemente) e ainda passará mais 7 anos e meio com restrições de liberdade, sendo os primeiros 2 anos e meio em prisão domiciliar fechada.
Na semana passada, Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, avisou aos acionistas que membros da família não ocuparão mais a presidência da empresa. Assim como Marcelo, o grupo quer virar a página.