O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que já manifestou interesse em disputar a Presidência da República no ano que vem, disse nesta segunda-feira, 27, que, se eleito, pretende privatizar a maior parte das 150 estatais federais.
Ao participar de fórum da revista Veja, o tucano disse que um terço dessas estatais foi criado em governos petistas e, em boa parte, a participação estatal não tem sentido.
Ressalvando sempre que tudo depende da confirmação de sua candidatura – que depende da indicação do PSDB -, Alckmin adiantou ainda que pretende criar um Ministério de Segurança Pública. «Precisamos rever modelo institucional de segurança pública. Governo federal tem que liderar esse trabalho. Não é um trabalho fácil», declarou.
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«Temos 17 mil quilômetros de fronteira seca com países vizinhos. O Brasil hoje é o maior consumidor de crack do mundo. Você tem um problema de saúde pública e de segurança. Governo federal precisa liderar. Não é o problema de um Estado, é de todos os Estados», acrescentou.
Alckmin afirmou que pretende fazer aliança com cinco ou sete partidos se for candidato e que vai defender uma agenda reformista e de competitividade. «Países que passaram de renda média para renda alta tiveram inserção no comércio exterior», disse.
Segundo o governador, a reforma da Previdência, mesmo após sofrer alterações, é necessária, embora devesse ter sido aprovada há um ano. Ele classificou ainda a reforma política como a mãe de todas as reformas.
Para o governador, emprego e renda deverão ser questões centrais nas próximas eleições. Ele garantiu que vai apoiar a candidatura do prefeito João Doria se ele for o nome escolhido pelo partido e que não deixará a sigla. «Não vou sair do partido se o PSDB lançar outro candidato.»
Segundo Alckmin, aproximar das pessoas e dizer a verdade farão a diferença em 2018. «O povo prefere um ‘não’ explicado do que um ‘sim’ do que não vai ser cumprido», declarou, atribuindo a frase ao ex-governador Mario Covas.
O governador aproveitou ainda para atacar o discurso do «novo» na política, usado, entre outros, pelo prefeito João Doria. «O que é o novo? É a idade? É a experiência? O novo é combater o corporativismo, que levou a um País caro e ineficiente».
A respeito do pedido de investigação contra ele pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Alckmin repetiu que o País nunca precisou tanto de transparência.