O comandante do Exército, general Villas Bôas, não apenas não irá punir o colega general que defendeu a possibilidade de intervenção militar em palestra na semana passada, mas o elogiou e também deu declarações que deixam em aberto a possibilidade de atuação das tropas independente de ordem da presidência da República.
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No início da semana, diante da repercussão negativa das palavras do general Antonio Mourão, que tem cargo no comando do Exército, sobre a possibilidade de uma intervenção militar se a Justiça não resolvesse a crise política, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, cobrou, em nota oficial, “medidas cabíveis”.
O comandante do Exército usou entrevista no programa “Conversa com Bial”, da “Rede Globo” para dizer que não haveria punição formal e que o caso havia sido resolvido internamente. Questionado pelo jornalista Pedro Bial, Villas Bôas disse ainda que o subordinado disse “dá margem a interpretações” e fez sua própria leitura do texto constitucional, avaliando que há sim a possibilidade de os militares agirem por iniciativa própria “na iminência de caos”
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A fala de Mourão foi defendida por outro general, o ex-comandante da missão brasileira no Haiti Augusto Heleno. Para ele, Mourão “limitou-se a repetir, com a habitual franqueza e coragem, o que está previsto no texto constitucional”, postou em suas redes sociais.
Veja o texto introdutório do artigo 142 da Constituição
• “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”