Brasil

Projeto de João Carlos Martins procura músicos para formar mil novos grupos no país

Cidade de Laranjal Paulista, que tem uma banda de sopro, recebeu o Orquestrando em abril deste ano Divulgação

Quase 90 anos depois da saga do compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) em levar o ensino da música para o interior de São Paulo, um novo projeto refaz o roteiro com a missão de multiplicar o número de orquestras no Estado.

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No comando do Orquestrando São Paulo está o maestro João Carlos Martins, que considera a “caravana musical” um novo sonho a ser alcançado. “É o sonho que falei para meu pai antes de ele morrer, de que ia tentar deixar um legado para o Brasil”.

Desde janeiro, Martins e sua equipe circulam por cidades com até 50 mil habitantes em busca de músicos para formar orquestras. A ideia é incentivar a formação dos grupos e fornecer capacitação para que no futuro recebam um selo de qualidade da Orquestra Bachiana, comandada pelo maestro.

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O projeto quer alcançar neste ano ao menos 100 cidades participantes em São Paulo. Para os próximos cinco anos, João Carlos Martins sonha ainda mais alto com a expansão para municípios pequenos de todo o país, com o Orquestrando Brasil, que tem a missão de criar  mil novas orquestras.

“O João Carlos é muito movido pela ambição do Villa-Lobos de ensinar música para todo o país. Há muitos anos estamos tentando trabalhar com isso. A ideia é formar orquestras jovens com as bandas locais. Em pouco tempo que começamos, há resultados espetaculares”, contou o diretor-executivo do Orquestrando, José Roberto Walker. 

Foram incluídas no projeto até agora 65 cidades. Entre elas estão Casa Branca, Mococa, Vargem Grande, Ibiúna, Bebedouro, Ribeirão Pires e Laranjal Paulista.

Walker conta que a riqueza musical nesses locais tem sido surpreendente. “O que a gente nota, e é emocionante, é uma pujança musical em praticamente todas as cidades do interior. Existem grupos de mais de 100 anos, que estão em sua sexta geração”, disse.

Walker explica também que grande parte dos músicos são encontrados em igrejas protestantes. “A música é necessária no trabalho religioso e por isso é muito comum encontrarmos bons grupos nos templos.”

Cidades ou grupos que se enquadrem no projeto e queiram participar podem enviar mensagens para o e-mail
orquestrandosp@gmail.com.

Cidades têm grande expectativa 

O maestro da Banda Municipal de Laranjal Paulista e secretário municipal de Cultura, Fúlvio Antonio Scarme, 41 anos, conta que uma sementinha foi plantada em abril na cidade.

O município de pouco mais de 30 mil habitantes se prepara para formar pela primeira vez uma orquestra. “Vamos praticamente começar do zero, desde aquisição de instrumentos a contratação de professores”, explica.

Editor convidado João Carlos Martins

A banda de Laranjal já existe há 20 anos, tem apenas instrumentos de sopro. Para a formação da orquestra, será necessário formar músicos em cordas também.

Em Ribeirão Pires, o professor e maestro da Escola Municipal de Música, Gesiel Vilarubia, espera poder incluir os estudantes no Orquestrando. “Enquanto tantas orquestras estão fechando por conta da crise, é muito interessante uma proposta para a criação de novas. Toda cidade deveria ter a sua.”

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