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Conheça trajetória dos meninos que se apresentam com a Bachiana Filarmônica

Aos três anos, Davi Campolongo estava aprendendo a tocar bateria. Guido Sant’Anna manuseou o violino pela primeira vez aos cinco. A habilidade prematura dos garotos, hoje com 11 e 12 anos, foi reconhecida pelo maestro João Carlos Martins, o que os elevou da categoria de “precoces” à de “prodígios”.

Com passagens por palcos como o Theatro Municipal e a Sala São Paulo, a convite do maestro, Davi e Guido aprenderam música antes mesmo de saberem ler e escrever.

A aparição do violino na vida de Guido foi há sete anos, quando o irmão mais velho começou a ter aulas do instrumento. De início, o menino foi autodidata. “Minha mãe me ajudava com coisas que pesquisava na internet”, conta. “Depois comecei a fazer aula no Instituto Fukuda.”

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Quando ele pega o violino, a voz baixa e o acanhamento dão lugar à desenvoltura que encantou o maestro. “A primeira vez que ouvi o Guido, há dois anos, pensei ‘pô, daqui a pouco esse garoto está me humilhando’”, diz o bem humorado João Carlos Martins.

Com Davi, a trajetória até o reconhecimento do maestro foi pela atuação no filme “João, O Maestro”, que estreia hoje. Filho de um integrante da banda Macaco Prego, Davi cresceu aprendendo música na bateria, violão e ukulele.

Ele diz que o piano entrou em sua vida ano passado, meses antes de ser selecionado para interpretar Martins. “Fui me matricular nas aulas de violino em uma igreja, mas estavam suspensas e perguntaram se eu queria aprender piano popular. Eu disse ‘vou tentar’. Deu certo.”

Com o papel, veio a necessidade de aprender piano erudito, coisa que não demorou: ele “já está triturando o piano”, nas palavras de Martins. O maestro o convidou para narrar “Pedro e o Lobo”, no Theatro Municipal, no mesmo dia e palco em que Guido tocou com a orquestra Bachiana Filarmônica.

A vontade que o maestro sentiu de lançar os prodígios no Municipal tem um fundo nostálgico: ele próprio foi lançado aos 11 anos. “Nos anos 1950, o maestro Eleazar Carvalho, lançava meninos prodígios”, explica. Martins decidiu retomar esse vínculo entre gerações.

Ele define o talento dos meninos prodígios como “a combinação do dom de Deus, que é 2%, com a transpiração, que é 98%”. E complementa com lirismo: “O menino prodígio é resultado da disciplina de um atleta e da alma de um poeta”.

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