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PGR defende que Temer deu ‘anuência’ para Joesley pagar propina a Cunha

O STF (Supremo Tribunal Federal) liberou, nesta sexta-feira (19), o conteúdo das delações premiadas de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, no âmbito da Operação Lava Jato.

A medida foi tomada após o ministro Edson Fachin homologar os depoimentos, firmados com a PGR (Procuradoria-Geral da República). São cerca de 2 mil páginas.

Na delação, a Procuradoria-Geral da República defende que o presidente Michel Temer deu “anuência” para que o empresário Joesley Batista efetuasse o pagamento de “propina” mensal para o deputado cassado Eduardo Cunha.

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“Joesley afirma que tem procurado manter boa relação com o ex-deputado, mesmo após sua prisão. Temer confirma a necessidade dessa boa relação: ‘tem que manter isso, viu’. Joesley fala de propina paga ‘toda mês, também’ ao Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente”, diz o texto da PGR.

Esse trecho se refere a gravação da conversa entre o sócio da JBS e o presidente da República.

Aécio

Em um dos trechos da delação premiada da JBS, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que o presidente Michel Temer e o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, poderiam “organizar uma forma de impedir que as investigações (da Lava Jato) avançassem”.

Em uma conversa gravada com o empresário Joesley Batista, Aécio diz que é necessário “escolher dez caras”, se referindo a delegados que poderiam atuar para barrar a operação.
Na sequência, o senador tucano explica como poderia ser feito o pagamento da propina de R$ 2 milhões para ele.

Serra

Joesley Batista diz ter repassado R$ 20 milhões à campanha do senador José Serra à presidência em 2010; parte de forma ilícita.

Segundo o empresário, a negociação teria sido feita com Luiz Fernando Furquim, amigo do político do PSDB. Parte do valor – R$ 6 milhões – foi paga por meio de notas frias, com a falsa venda de um camarote no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.José Serra ainda não se pronunciou.

Marta Suplicy

Em delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, afirma que Marta Suplicy pediu um milhão de reais em doação para a campanha ao Senado em 2010.

Metade foi paga por meio de forma oficial e o restante em espécie.

Depois disso, Marta Suplicy voltou a procurá-lo na campanha à prefeitura de São Paulo e indicou o marido dela, Márcio Toledo, para operacionalizar a operação.

Segundo Joesley Batista, foram feitos pagamentos mensais de 200 mil reais, em espécie, em troca de possíveis negócios caso ela vencesse a disputa.

 

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