Brasil

Confira um resumo das delações de Joesley Batista, da JBS, na Lava Jato

Veja os trechos mais importantes da delação de Joesley Batista, dono da JBD, à força tarefa da Lava Jato. O acesso aos dados da delação premiada foram liberados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta sexta-feira.

 

Sobre o presidente Michel Temer

Recomendados

Na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República defendeu que o presidente Michel Temer deu “anuência” para que o empresário Joesley Batista efetuasse o pagamento de “propina” mensal para o deputado cassado Eduardo Cunha.

Em conversa gravada, Joesley Batista afirmava que procurava manter boa relação com o ex-deputado, mesmo após sua prisão. Na gravação, Temer confirmou a necessidade dessa boa relação: ‘tem que manter isso, viu’. Joesley falou a ele de propina paga ‘toda mês, também’ ao Eduardo Cunha”, diz o texto da Procuradoria Geral da República.  Esse trecho se refere à gravação da conversa entre o sócio da JBS e o presidente da República.

Na delação, o dono da JBS, Joesley Batista, disse ainda que o presidente Michel Temer pediu, em 2017, vantagem indevida para resolver um assuntos de interesse do grupo, como o fim do monopólio da Petrobras no fornecimento de gás natural e o destravamento das compensações de créditos de Pis/Cofins com débitos do INSS.

Em 2014, Temer teria recebido, segundo Joesley, o repasse, em 2014, de valores próximos a R$ 15 milhões “em troca da atuação favorável aos interesses do grupo J&F”. A J&F é a holding da qual faz parte o frigorífico JBS.

 

Eduardo Cunha

Joesley Batista afirma que Eduardo Cunha pediu R$ 30 milhões para a campanha à presidência da Câmara.

“Pelo que eu entendi, ele saiu comprando um monte de deputado. Pra isso usou os 30 milhões”, disse o dono da JBS, Joesley Batista.

O dono da JBS afirmou que o ex-deputado Eduardo Cunha recebeu 20 milhões em propina para renovar a desoneração da folha de pagamento para o setor de aves. O projeto foi aprovado pela Câmara.

A negociação aconteceu em fevereiro de 2016 e, segundo o empresário, o valor total foi pago em espécie.

O próprio Eduardo Cunha recebeu em mãos, segundo Batista, R$ 3 milhões de reais no Aeroporto de Jacarepaguá.

De acordo com Joesley, o então deputado já previa que seria preso e combinou novos pagamentos de propina.

Joesley disse que Lúcio Funaro era o responsável, junto com Eduardo Cunha, de agilizar favorecimentos ao Grupo JBS junto à Caixa Econômica Federal, FIA/FGTS e Ministério da Agricultura.

 

Senador Aécio Neves

Em um dos trechos da delação premiada da JBS, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) afirma que o presidente Michel Temer e o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, poderiam “organizar uma forma de impedir que as investigações (da Lava Jato) avançassem”.

Em uma conversa gravada com o empresário Joesley Batista, Aécio diz que é necessário “escolher dez caras”, se referindo a delegados que poderiam atuar para barrar a operação.

Na sequência, o senador tucano explica como poderia ser feito o pagamento da propina de R$ 2 milhões para ele.

Os donos e executivos da JBS contam que o senador afastado Aécio Neves recebeu em 2014 valores próximos a R$ 63 milhões para defender interesses da J&F, a holding da qual faz parte a JBS

 

Senador José Serra

Em delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, diz ter repassado R$ 20 milhões à campanha do senador José Serra à presidência em 2010.

Segundo o empresário, a negociação teria sido feita com Luiz Fernando Furquim, amigo do político do PSDB.

Parte do valor – R$ 6 milhões – foi paga por meio de notas frias, com a falsa venda de um camarote no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

 

Pagamentos a Lula e Dilma no exterior

Joesley Batista diz que transferiu para uma conta no exterior, a título de “vantagens indevidas”, US$ 50 milhões destinados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais US$ 30 milhões em outra conta, também no exterior, em favor da ex-presidente Dilma Rousseff. Os repasses, disse ele, foram feitos por intermédio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

O dono da JBS afirma que abriu contas no exterior, vinculadas aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que, somadas, juntavam cerca de 150 milhões de dólares em 2014.

 

Marta Suplicy

Em delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, afirma que Marta Suplicy pediu um R$ 1 milhão em doação para a campanha ao Senado em 2010.  Metade foi paga por meio de forma oficial e o restante em espécie.

Depois disso, Marta Suplicy voltou a procurá-lo na campanha à prefeitura de São Paulo e indicou o marido dela, Márcio Toledo, para operacionalizar a operação.

Segundo Joesley Batista, foram feitos pagamentos mensais de R$ 200 mil, em espécie, em troca de possíveis negócios caso ela vencesse a disputa.

 

Compra de deputados

Em depoimento ao Ministério Público Federal, o dono da JBS, Joesley Batista, revela a compra de pelo menos 5 deputados para votar contra o impeachment de Dilma Rousseff.

Cada um receberia R$ 3 milhões e a negociação foi intermediada pelo deputado João Bacelar, do PR da Bahia. Parte do valor foi pago na casa do deputado em março de 2017.

Na época, o parlamentar era relator da CPI do CARF e teria atuado para evitar a convocação do ex-ministro Guido Mantega.

 

BNDES

O dono da JBS afirmou aos procuradores que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega entregava uma lista ao empresário para indicar a distribuição da propina por partidos.

+ Na delação premiada, Joesley Batista diz que ex-ministro Guido Mantega seria o intermediário dos pagamentos que eram devidos em razão de esquemas criminosos no BNDES e em fundos de pensão. Os fundos envolvidos são o Funcef e o Petros, que estão entre os maiores da América Latina.

Na delação, ele cita ainda que o ex-tesoureiro do PT Edinho Silva também participava do esquema.

 

Ministro Marcos Pereira

Em acordo de delação premiada, o dono da JBS, Joesley Batista, afirma ter pago R$ 6 milhões de reais em propina ao ministro da Indústria e Comércio, Marcos Pereira, do PRB.

A negociação teria sido feita após o processo final de aprovação de um empréstimo de 2,7 bilhões de reais da Caixa Econômica. Isso porque o vice-presidente do banco, Antônio Carlos, era indicado pelo PRB. O valor foi pago em seis parcelas.

 

Ex-ministro Antônio Palocci

Em depoimento à Procuradoria Geral da República, o dono da JBS, Joesley Batista, afirma que o ex-ministro Antônio Palocci pediu R$ 30 milhões à campanha de Dilma Rousseff.  O valor total não foi pago.

Pouco mais de R$ 1,8 milhão foi repassado a uma pessoa chamada Samuel; outros 612 mil à empresa Hedge Assessoria e Consultoria; um milhão de reais para uma pessoa chamada Gilmarcy; e 16 milhões de reais em doações a diversos candidatos indicados por Antônio Palocci.

Em 2009, a Projeto Consultoria, do ex-ministro, prestou serviços à JBS sobre o mercado americano de frango. O negócio foi fechado por R$ dois milhões.

 

Marco Pereira, presidente do PRB

Joesley Batista pagou R$ 500 mil por mês no ano passado ao presidente do PRB, Marcos Pereira.

Na delação, o empresário afirmou que a mesada quitou uma solicitação de R$ 6 milhões feita pelo atual ministro da Indústria e Comércio.  

 

Ministro Gilberto Kassab

Wesley Batista afirma que a JBS pagava propina de R$ 350 mil mensais para Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos