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Bando teve acesso ao Enem antes de vender gabaritos

A quadrilha presa no dia 23, suspeita de fraudar vestibulares em todo o país, teve acesso aos cadernos de prova do Enem 2014 (Exame Nacional do Ensino Médio) antes de vender as respostas para cerca de 20 candidatos em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia.

Organizadores do exame em uma cidade do interior do Mato Grosso teriam repassado os cadernos aos suspeitos cerca de meia hora antes do início da prova, revela investigação detalhada nesta quarta-feira pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

“A quadrilha começou a responder as questões antes do início oficial do Enem”, afirmou o promotor de Combate ao Crime Organizado de Belo Horizonte, André Luís Garcia de Pinho.

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Pela forma como a fraude ocorreu, o promotor não descarta a anulação do exame. “O vazamento foi na própria prova. Caberá ao governo e ao Ministério Público Federal avaliar o alcance e a dimensão desse vazamento”, disse. Os documentos obtidos na investigação serão encaminhados à Polícia Federal para o prosseguimento das apurações.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), responsável pela aplicação do Enem, informou em nota que já acionou a Polícia Federal para apurar o caso. O Inep afirmou também desconhecer o teor das investigações e informou que qualquer candidato que tenha utilizado métodos ilícitos para obter vantagens no Enem será eliminado.

Bando ostentação

Segundo  as investigações, a quadrilha vendia gabaritos de concursos em troca de pagamentos que podiam chegar a R$ 200 mil. O bando foi desmantelado no domingo, quando fraudava um vestibular em Belo Horizonte. Na ocasião, 33 suspeitos foram presos – 22 deles no momento em que faziam os exames.

Integrantes se inscreviam para prestar os vestibulares e deixavam as salas de aula ao fim do tempo de sigilo. Do lado de fora, repassavam as respostas dos concursos aos candidatos por meio de sistemas de transmissão e micro-pontos eletrônicos.

Entre os presos, estão estudantes de medicina, professores e um policial civil, que ajudavam a resolver as questões. O esquema foi usado em pelo menos cinco vestibulares.

Os mentores da quadrilha atuavam há 20 anos. Dos 33 presos, 22 foram ouvidos e liberados.

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