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Quadrilha vendia gabarito de vestibular por até R$ 200 mil

Quanto custa uma vaga em uma boa escola de Medicina? Para candidatos beneficiados por um esquema fraudulento, o preço variava entre R$ 70 mil e R$ 200 mil. Esse foi o valor desembolsado pelos vestibulandos a uma quadrilha com base em Minas, suspeita de fraudar concursos em cinco Estados. O grupo foi desmantelado no domingo pela Polícia Civil, quando 33 pessoas foram presas – 22 no momento em que faziam a prova da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

Carros de luxo, equipamentos eletrônicos, provas e gabaritos do Enem, anotações e comprovantes de depósitos bancários foram apreendidos nesta segunda-feira pela operação Hemostase II na casa dos dois mineiros apontados pela investigação como líderes do grupo: Áureo Moura Ferreira, que mora em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e Carlos Roberto Leite Lobo, empresário de Guarujá, no litoral de São Paulo.

As investigações começaram há sete meses. Elas concluíram que os criminosos se inscreviam para prestar vestibulares e, na hora da prova, se concentravam nas matérias de sua especialidade. Encerrado o período de sigilo, saíam da sala e repassavam as respostas por meio de micro pontos eletrônicos – do tamanho de um grão de arroz e não identificados pelos detectores de metais. A quadrilha teria gasto cerca de R$ 500 mil para adquirir os pontos eletrônicos da China e dos Emirados Árabes.

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“A quadrilha atuava em todo o país com um esquema sofisticado. Cada integrante prestava o concurso de acordo com a sua especialidade e conhecimento. Eles já estão há vinte anos na atividade”, afirmou o delegado Jeferson Botelho.

Entre os acusados, estão médicos residentes, professores e um policial civil.

A operação desta semana é um desdobramento da Hemostase I. Deflagrada no fim do ano passado, a ação indiciou 36 pessoas por envolvimento em fraudes no vestibular de Medicina em faculdades particulares de Minas e Rio de Janeiro.

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