Brasil

Por que voto em Dilma Rousseff, por Aldo Fornazieri e Wagner Iglecias

selo-eleicao-metro-eleicoes-2014-150No domingo irei votar em Dilma para a Presidência da República partindo de uma constatação e de dois pressupostos. Constatação: o seu primeiro mandato ficou aquém daquilo que as potencialidades e as necessidades sociais lhes apresentaram. Primeiro pressuposto: Dilma terá que corrigir rumos e mudar a equipe no segundo mandato. Segundo pressuposto: os rumos do governo Dilma estarão em disputa e somente a luta dos movimentos sociais e sua organização poderão imprimir-lhe um sentido mais progressista, garantindo não só os direitos já conquistados, mas ampliando essas conquistas na busca de uma sociedade mais igualitária e justa. O republicanismo cívico não pode pressupor que a conquista de direitos é uma dádiva dos governos, mas que é uma consequência das lutas e das mobilizações sociais.

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Nas eleições de domingo estarão em jogo duas opções, duas potencialidades diferentes para o futuro do Brasil. De um lado, estarão as forças conservadoras, preconceituosas, representantes dos interesses do grande capital e do capital financeiro, que vêm capturando as democracias ocidentais para colocá-las a seu serviço sangrando os orçamentos dos Estados nacionais, gerando desemprego e pobreza. De outro lado, a opção por Dilma, representa a possibilidade da continuidade de avanços na redução da pobreza e da desigualdade, na abertura do sistema político para uma participação mais ativa dos cidadãos e na construção de uma sociedade fundada em valores mais civilizatórios. Apoiar Dilma significa colocar-se ao lado dos que mais sofrem e dos mais necessitados.

O mundo, hoje, enfrenta dois desafios prioritários, dentre vários outros. O primeiro é a redução da desigualdade. É inconcebível e inaceitável que apenas 1% da humanidade concentre em suas mãos 50% da riqueza. Esta iniquidade ocorre também aqui no Brasil. Desta desigualdade decorrem várias outras mazelas. Não resta dúvida de que os governos do PT apresentaram os melhores resultados, até agora, na redução das desigualdades.

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A par deste problema e imbricado com ele, existe o problema ambiental. Quanto mais pobreza existir, mas tendem a se deteriorarem as condições ambientais propícias a uma vida adequada. Em segundo lugar, a vigência do atual capitalismo predatório, que busca lucros sem escrúpulos e sem limites, representa uma ameaça para a continuidade da vida no nosso planeta. É preciso por um freio nisto tudo. Tenho a convicção de que Dilma apresenta as melhores possibilidades de enfrentamento desses dois desafios.

Aldo Fornazieri é cientista político e escreveu este artigo a pedido do Metro Jornal.

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Voto em Dilma porque há dois projetos de país muito claros nesta eleição. E ainda que ambos tenham como pano de fundo a economia de mercado, há diferenças muito significativas. De fato, estamos diante da eleição mais estratégica desde 1989.

A escolha que o eleitorado fizer neste domingo vai influenciar o país pelas próximas décadas e pelas próximas gerações. Um dos projetos, o de Dilma, representa a construção da social-democracia no Brasil. Um modelo de desenvolvimento de inspiração keynesiana, no qual o Estado tem papel fundamental no estímulo à atividade econômica e no resgate da nossa secular dívida social.

Além disso, sua candidatura representa uma visão voltada a uma inserção internacional autônoma, altiva. Uma inserção em que o Brasil, pragmaticamente, relaciona-se com os tradicionais centros do capitalismo, como os EUA e a Europa, mas estreita laços também com os centros dinâmicos da economia contemporânea, como a China, a Índia e a Rússia. E na qual aprofunda relações com a África e o Oriente Médio e trabalha pela integração latino-americana, visando a construção de um mundo multipolar.

O contrário do outro projeto, que entende que um alinhamento mais estreito com os EUA é o melhor caminho. E que vê no Estado um papel mais voltado à regulação da economia do que propriamente à indução do desenvolvimento. Voto em Dilma porque chegou a hora de o país tomar algumas decisões muito importantes, que vinham sendo adiadas nos anos da bonança econômica. Entre estas decisões a necessidade de direcionar mais recursos para as políticas sociais e realizar reformas que aprofundem a nossa democracia.

Wagner Iglecias é cientista social da USP e escreveu este artigo a pedido do Metro Jornal.

Fonte: Ibope - Pesquisa realizada entre os dias 20 e 22 de outubro. O instituto ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela TV Globo. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o no BR-01168/2014. || Fonte: Datafolha - Pesquisa realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. O instituto ouviu 9.910 eleitores. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pelo jornal “ Folha de S. Paulo” e pela TV Globo. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o no BR-1162/2014.
Fonte: Ibope – Pesquisa realizada entre os dias 20 e 22 de outubro. O instituto ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela TV Globo. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o no BR-01168/2014. || Fonte: Datafolha – Pesquisa realizada entre os dias 22 e 23 de outubro. O instituto ouviu 9.910 eleitores. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pelo jornal “ Folha de S. Paulo” e pela TV Globo. A pesquisa foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o no BR-1162/2014.

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