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Maringoni promete ‘reestatizar’ Sabesp para conter crise hídrica

Candidato do PSOL ao governo foi entrevistado pela BandNewsFM| Paulo Pinto/ Fotos Públicas
Candidato do PSOL ao governo foi entrevistado pela BandNewsFM| Paulo Pinto/ Fotos Públicas

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O candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Gilberto Maringoni, foi entrevistado nesta segunda-feira pela BandNews FM e comentou sobre suas propostas se eleito. Segundo ele, o principal problema do Estado foi o processo selvagem de privatizações nos anos 1990.

«Esse dinheiro seria utilizado para melhorar a saúde, educação, segurança e transporte. Passados 20 anos, esses serviços são muito ruins e os preços muito caros. Nesse cenário, acabamos com gargalos como a falta.»

Por conta disso, ele promete como uma de duas propostas para o Estado, a «reestatização» da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo).

«No longo prazo, precisamos modificar a política de investimento da Sabesp, é preciso que o Estado recupere a parcela privada da companhia. A maneira de “reestatizar” agora é você capitalizar a parcela estatal. Ou seja, você injeta mais dinheiro na parte estatal e ela cresce em relação à parte privatizada. Você vai comprando essas ações e reassumindo a companhia».

Ouça:

Ele também prometeu uma ação emergencial para resolver o problema que pode acarretar numa crise já no início de 2015. «Isso vai demandar desvio de curso de rios, nós vamos ter que nos articular com estados vizinhos, como Minas Gerais e Rio de Janeiro porque o Sistema Cantareira abastece 14 milhões de habitantes, o equivalente a um terço do Estado de São Paulo.»

Verba

Maringoni afirmou que a verba para viabilizar esse e outros investimentos vem de duas fontes. «O Estado é credor de várias empresas que sonegaram impostos e que devem a dívida ativa para São Paulo de R$ 190 bilhões. O governo tem que cobrar esse dinheiro.»

O outro modo de arrecadar dinheiro é a renegociação da divida com o governo federal. «Nós pagamos R$ 14 bilhões por ano. O Estado investe por ano R$ 13 bilhões. É preciso sentar e explicar que São Paulo não tem condição de pagar este valor por ano.»

Educação

Segundo o candidato, São Paulo precisa recuperar a capacidade de planejamento de investimento.

«Na área de educação é muito sério o que está acontecendo. As próprias avaliações que são feitas pelo Estado revelam que o conhecimento dos alunos em português e matemática são os menores desde 2008.»

De acordo com ele, «os baixos salários do professor fazem com que eles tenham excesso de carga horária, tenham vários empregos, e não tenham tempo para corrigir provas, trabalhos. Quase metade das escolas não têm bibliotecas e laboratórios».

Estradas

Com relação a possível estatização de estradas, o candidato do PSOL afirmou que pretende auditar os contratos de concessão. «Nós tínhamos, em 1997, 47 postos de pedágio. Hoje são mais de 250. A reversão do que se paga em termos de serviços é muito baixa. Nenhuma concessionária de pedágio construiu um metro a mais de estrada.»

Ele, por fim, defendeu o pedágio. «Não sou contra o pedágio, mas contra o pedágio abusivo.»

‘É preciso isolar os black blocs’, diz Maringoni
Geraldo Maringoni, comentou em entrevista à BandNews FM sobre as manifestações em São Paulo. Ele defendeu o “isolamento” dos grupos chamados de “Black Blocs”.

“Os Black Blocs são pequenos grupos de vândalos, muitos deles são provocadores a serviço de facções radicais da polícia que servem para provocar confusão para justificar repressão dos agentes. Não é aceitável esse tipo de ação, precisamos de uma maneira de isolar os black blocs”.

Ele também comentou sobre a crise na USP (Universidade de São Paulo), que sofre com a greve de professores há mais de cem dias. “A USP vive um problema de falta de dinheiro. Existe uma guerra de números. O reitor apresenta alguns números dizendo que a folha de salários ultrapassa o orçamento. A Associação dos Docentes da USP apresenta outros números que dizem o seguinte: nos últimos 20 anos, o número de alunos quase dobrou. O número de professores aumentou 4% e de funcionários 7%. Então você teve uma expansão de serviço sem um orçamento à altura. E aí você começa a ter carência em várias áreas”, explicou.

Ouça:

Segundo Maringoni, “é necessário aumentar o orçamento da universidade porque ela realiza pesquisas nas áreas de Engenharia, Medicina, História, Direito e Economia que beneficiam toda a população”.

“O que o reitor quer é cortar pesquisas, retirar o Hospital Universitário do âmbito da universidade. A universidade não dá lucro imediato, mas dá lucro futuro”.

Outros assuntos

Outro assunto mencionado pelo candidato foi o caso da Santa Casa, que envolve a verba do SUS (Sistema Único de Saúde). “É preciso aumentar a verba do SUS. Nesse caso da Santa Casa você precisa fazer transparência total. É preciso abrir, ser transparente”.

Por fim, ele ainda comentou sobre a situação do transporte. “Sob a responsabilidade do governo temos o Metrô, EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o monotrilho e estradas estaduais”.

“É preciso de investimento, principalmente, no Metrô. Temos 40 anos de metrô e 76 km de linhas construídas. Nos últimos 20 anos, a quilometragem desabou”.

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