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Pizzolato pode ficar 3 anos preso na Itália por usar passaporte falso

Preso ontem na Itália, Henrique Pizzolato, condenado pelo mensalão, poderá ser julgado pela Justiça daquele país por falsidade ideológica. Em coletiva de imprensa realizada pelos agentes italianos junto com representantes da Interpol nesta quinta, os policiais afirmaram que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil poderá cumprir três anos de prisão por ter utilizado o passaporte de seu irmão Celso Pizzolato, morto em 1978, para entrar na Itália.

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Os agentes afirmaram ainda que o Brasil tem um prazo de até 40 dias para pedir a extradição de Pizzolato ao governo italiano. Em contato com a BandNews FM, a assessoria do Ministério da Justiça brasileiro disse que não há «prazo legal para esse trâmite» e que ainda «não há expectativa sobre um pedido de extradição».

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil já contratou um advogado, da cidade de Modena, para defendê-lo.

Prisão

O mensaleiro foi preso na manhã de quarta-feira na casa de um sobrinho em Maranello, na Itália. Segundo os policiais, ele vestia calça jeans e uma camiseta no momento da detenção.

No momento, Pizzolato encontra-se em uma penitenciária de Modena. Os policiais não quiseram informar se o mensaleiro está sozinho na cela.

A polícia italiana frisou que a ação para a prisão do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil foi uma parceria com os agentes brasileiros.

Condenação e fuga

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão. No entanto, por ter cidadania italiana, o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil fugiu do Brasil para a Itália em novembro do ano passado.

Em uma carta divulgada à imprensa pela família do mensaleiro após a sua fuga, Pizzolato diz que decidiu buscar um novo julgamento na Itália. Ele foi condenado por autorizar repasses de dinheiro público do Banco do Brasil em favor das empresas do publicitário Marcos Valério, apontado como operador do esquema.

O STF, que julgou a ação, entendeu que os desvios ocorreram de duas formas. A primeira, por meio da apropriação de cerca de R$ 2,9 milhões do bônus de volume (bonificações a que o banco tinha direito) pelas empresas do publicitário, e a segunda, pela liberação de R$ 73 milhões do Fundo Visanet. Segundo os ministros, Pizzolato recebeu R$ 326 mil de Valério em troca do favorecimento.

O ex-diretor do BB foi o único da lista dos 12 condenados no mensalão que tiveram prisão decretada a não se entregar para a polícia. Ao fugir para a Itália, a dupla cidadania de Pizzolato o tornava “inextraditável”, pois a constituição italiana, assim como a brasileira, não permite a extradição de seus nacionais.

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