A prisão, na última semana, de uma quadrilha que faturava R$ 3 milhões por mês no Distrito Federal explorando o jogo do bicho voltou a jogar luz sobre essa atividade no país. Em 2014, o debate sobre o cumprimento do novo Código Penal, que quer ampliar o rigor contra os jogos de azar, e a pressão para legalização da atividade deve chegar ao Congresso.
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Empresários ligados a atividades como bingo e apostas esportivas pedirão aos parlamentares uma audiência pública para defender a liberação dos jogos. Eles irão argumentar o potencial de arrecadação dessas atividades.
Estudo do Boletim de Notícias Lotéricas aponta que o governo poderia arrecadar até R$ 60 bilhões por ano com impostos.
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Proibido há 72 anos, o bicho jamais deixou de existir e, hoje, movimenta mais recursos do que a loteria oficial. Enquanto as loterias operadas pela Caixa Econômica Federal movimentam R$ 11,1 bilhões por ano, os jogos ilegais atingem R$ 18,9 bilhões.
A principal barreira da legalização é o estigma da atividade, vista como financiadora do crime organizado e de corrupção.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal desbaratou uma rede de jogos ilegais que levou à prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira e à cassação do senador Demóstenes Torres.
A extensa ficha criminal do jogo do bicho não impede que por décadas os brasileiros mantenham suas apostas. Estima-se que 20 milhões de apostadores joguem por dia. O principal atrativo são as premiações. O vencedor leva, em média, 60 centavos de cada R$ 1 da aposta. Ainda há maior facilidade para apostar: são 350 mil pontos espalhados pelo país.
Na loteria tradicional, existem 12,6 mil pontos de venda e o retorno é menor: 36 centavos por real apostado. Isso ocorre porque sobre o dinheiro arrecadado é cobrado imposto de renda e há uma divisão entre entidades que apoiam o esporte olímpico.