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Do namoro virtual ao poliamor: mitos e verdades sobre os relacionamentos

É comum acreditar que os opostos se atraem ou que o casamento torna as pessoas mais felizes. Mas a verdade por trás desses estereótipos de relacionamento – e outros – pode surpreendê-lo.

Atire a primeira flor quem nunca sofreu por amor. Relacionamentos não são nada fáceis. Talvez por isso, gostamos de criar teorias em torno deles.

Pessoas casadas tendem a ser felizes por mais tempo? A monogamia é de fato a melhor opção para uma relação duradoura? Opostos realmente se atraem?

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Muitas dessas teorias não passam de mitos. A BBC Future analisou diversos estudos para comprovar (ou refutar) as teses mais populares sobre relacionamentos.

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Ninguém tem um ‘tipo’

Atualmente, o namoro online é uma das formas mais populares de se conhecer um parceiro – mas pode ser intimidante.

Por isso, talvez seja animador saber que, em meio à infinidade de rostos aleatórios, aquele que acabamos de ver influencia o quão atraente consideraremos a pessoa que veremos em seguida.

Essa descoberta sugere que nossa percepção da beleza, longe de estar profundamente arraigada, é de fato muito fugaz. Lembre-se disso antes de dar ‘match’ em alguém.

Além disso, a rapidez com que todos olhamos nossos possíveis pretendentes no namoro virtual também pode funcionar a nosso favor. Psicólogos descobriram que os rostos estão sujeitos a um "efeito de vislumbre", o que faz com que pareçam mais atraentes quanto menos os olhamos.

Os opostos nem sempre atraem

Não é verdade que os opostos se atraem.

Estudos comprovaram que casais com características semelhantes tendem a ter um maior grau de satisfação com seu relacionamento do que aqueles que são muito diferentes entre si.

Alguns desses traços, por exemplo, podem ser um "divisor de águas": imagine que você gosta de acordar cedo, mas sua "outra metade" gosta de passar noites em claro.

No entanto, semelhanças em excesso tampouco representam uma vantagem.

Por exemplo, quando se trata de consciência, estudos indicam que é melhor para um cônjuge ser um pouco menos (ou mais) escrupuloso do que o outro.

Casamento gera felicidade – mas não para sempre

Pesquisas sugerem que o casamento traz mudanças duradouras em nossas personalidades. Um estudo realizado durante quatro anos com 15 mil alemães revelou que, após o casamento, as pessoas mostravam uma diminuição em seu grau de abertura e da extroversão – um sentimento talvez muito partilhado pelos amigos dos recém-casados.

Do lado positivo, os entrevistados relataram uma melhora do autocontrole e da capacidade de perdoar depois de se casarem – qualidades essenciais para manter um relacionamento de longo prazo. Mas, é claro, essa foi apenas a visão deles. Se o cônjuge concorda, é outro assunto.

E quanto à autossatisfação? Essa teoria pode vir do fato de que seus amigos casados realmente acham que são mais felizes – pelo menos por um tempo. A satisfação com a vida a dois de fato aumenta após o casamento – mas depois de alguns anos, retorna aos níveis iniciais.

Como os términos mudam nossa personalidade

A pesquisa também revelou o que parece ser o oposto do efeito da "autossatisfação a dois": as pessoas também experimentam mudanças de personalidade após o término de um relacionamento de longo prazo.

Estudos com pessoas de meia-idade que se divorciaram, por exemplo, mostraram que as mulheres se tornaram mais extrovertidas e abertas depois de cortarem os laços com seus cônjuges.

Os homens, por outro lado, não lidaram muito bem com o rompimento. Eles se tornaram mais neuróticos após o divórcio. E, em geral, todos, homens e mulheres, costumam se tornar menos confiáveis após a separação.

Mas não se trata de uma via de mão única. Assim como os rompimentos afetam nossa personalidade, nossa personalidade afeta como nos recuperamos depois de um rompimento. Pessoas mais extrovertidas tendem a se casar de novo mais rápido, enquanto os mais neuróticos costumam ter uma série de relacionamentos mais curtos após o divórcio.

Monogamia ou poliamor?

A monogamia já não é mais a única opção para um relacionamento hoje em dia. O chamado poliamor, que envolve mais de duas pessoas, vem se tornando uma tendência crescente no mundo.

A pesquisa mostrou que os casais poliamorosos mantêm amizades mais fortes fora de sua vida amorosa do que os monogâmicos. Um estudo online também descobriu que pessoas em relacionamentos poliamorosos eram mais propensas a praticar sexo seguro.

Mas se você não é adepto do poliamor, não se preocupe – você não está necessariamente perdendo toda a diversão. As pessoas que se empolgam com um relacionamento poliamoroso podem simplesmente estar mais abertas a mais relacionamentos (incluindo amizades) para começar.

E a pesquisa mostrou que, em geral, as pessoas em relacionamentos poliamorosos têm mais ou menos o mesmo bem-estar psicológico e qualidade de relacionamento do que os casais monogâmicos.

  1. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site da BBC Future.

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