Um astronauta americano e um cosmonauta russo foram forçados a fazer um pouso de emergência quando a nave russa Soyuz apresentou uma falha mecânica durante seu trajeto rumo à Estação Espacial Internacional.
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Pouco depois do lançamento da nave, no Cazaquistão, os tripulantes Nick Hague e Alexey Ovchinin relataram um problema no foguete de propulsão. Por conta disso, eles foram forçados a fazer uma «descida balística», e sua cápsula aterrissou a poucos quilômetros do local de lançamento.
Eles foram socorridos por uma equipe de emergência.
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«A equipe chegou ao local onde a Soyuz aterrissou e confirma que os dois tripulantes estão em boas condições (de saúde) e fora da cápsula», afirmou a Nasa, agência espacial americana.
A Rússia afirmou que vai suspender os voos com tripulação humana e investigar o que deu errado.
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O que aconteceu com o foguete?
O lançamento parecia ter sido um sucesso até que, aos 90 segundos, a transmissão ao vivo da Nasa relatou um aparente problema no foguete, entre o primeiro e o segundo estágios de separação.
As imagens de dentro da cápsula mostravam os dois tripulantes chacoalhando no momento da falha. Os tripulantes certamente notaram que algo não ia bem: reportaram que não sentiram o próprio peso, no momento em que deveriam estar sendo pressionados contra seus assentos.
https://twitter.com/NASA/status/1050218936288055296
Pouco depois, a Nasa disse que ambos fariam uma «descida balística», o que significa que a cápsula foi forçada a descer a um ângulo mais reto e sob uma força gravitacional mais forte.
A cápsula separou-se do foguete e abriu um paraquedas para desacelerar sua descida.
A Soyuz é uma das naves de design mais antigo ainda em operação, mas também uma das mais seguras. A falha parece ter ocorrido durante a etapa em que a nave descarta o recipiente vazio de combustível.
O episódio provavelmente vai reforçar um debate já em curso sobre o estado da indústria aeroespacial russa e sua habilidade em manter seus padrões de segurança.
Os tripulantes
Segundo os relatos oficiais, Nick Hague e Alexey Ovchinin passaram ilesos pelo episódio desta quinta-feira.
Algumas horas após seu resgate no Cazaquistão, a agência espacial russa, Roscosmos, divulgou fotos de ambos sendo submetidos a exames médicos.
«O sistema de resgate emergencial funcionou, a cápsula aterrissou no Cazaquistão (…). Os tripulantes estão vivos», tuitou a Roscosmos. A Nasa também afirmou que ambos passam bem e não precisarão passar por nenhum tratamento médico.
Indústria sujeita a riscos
O vice-premiê russo, Yuri Borisov, afirmou que só serão retomados os voos tripulados «quando acreditarmos que toda a situação garantirá sua segurança».
Ele rejeitou a possibilidade de a falha mecânica afetar as relações EUA-Rússia no âmbito aeroespacial, afirmando que se trata de «uma indústria de alta tecnologia e sujeita a riscos».
A cooperação espacial é uma das áreas que sobreviveram ao acirramento das tensões entre Washington e Moscou. A Nasa tem pago para enviar astronautas americanos na Soyuz até a Estação Espacial Internacional desde 2011.
Os tripulantes que já estão na estação não serão afetados pela missão abortada desta quinta-feira, segundo a agência russa de notícias Tass, citando fontes anônimas que diziam que os astronautas ali ainda têm suprimentos suficientes.
O incidente desta quinta é apontado como o primeiro envolvendo um lançamento da Soyuz desde que uma missão do foguete foi abortada em 1983. Na ocasião, uma falha mecânica foi detectada pouco depois do lançamento e a tripulação foi ejetada com segurança.
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