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Ricos de um lado, pobres do outro: fotos aéreas mostram desigualdades no mundo

Fotógrafo sul-africano Johnny Miller usou drone para capturar contrastes nas condições de vida em diferentes metrópoles do mundo.

Em 2004, o fotógrafo Tuca Vieira capturou, para o jornal Folha de S.Paulo, a imagem da favela de Paraisópolis encravada no abastado bairro do Morumbi, na capital paulista. A foto, que ostentava um prédio com uma piscina por andar ao lado de barracos de alvenaria, correu o mundo e virou símbolo da desigualdade entre ricos e pobres.

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Anos depois, o fotógrafo sul-africano John Miller usou um drone para registrar em fotos e vídeos cenas de diferentes cidades do mundo onde também há contrastes escancarados de áreas pobres e ricas.

Nairóbi, Quênia
Cidade do Cabo, África do Sul
Santa Fé, Cidade do México, México
Mumbai, Índia
Joanesburgo, África do Sul
Detroit, Estados Unidos

John Miller começou o projeto batizado de «Unequal Scenes» (Cenas Desiguais, em tradução livre) na África do Sul. Ele se inspirou em documentar a disparidade nas condições de vida que observou nos barracos de lata no entorno do aeroporto da Cidade do Cabo quando chegou à cidade para estudar.

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Depois de explorar contrastes na África do Sul, ele passou a registrar imagens nas maiores cidades do mundo, de Mumbai (Índia) à Cidade do México, passando por Nairóbi (Quênia).

Ele diz que os drones permitem uma perspectiva melhor das disparidades nas condições de vida dessas cidades.

«As desigualdades em nosso tecido social estão muitas vezes escondidas e difíceis de ver a partir do nível do solo. Barreiras visuais, incluindo as próprias estruturas, nos impedem de ver os incríveis contrastes que existem lado a lado em nossas cidades», diz ele.

Miller também acredita que imagens aéreas ajudam na objetividade: «O drone distancia o fotógrafo e o espectador da fotografia, tanto física como mentalmente, e provoca uma análise do olhar distante … Permite uma separação do sujeito que pode ser poderosa quando a gente lida com um problema com alta carga emocional como a desigualdade».

Ele espera que seu trabalho desperte reações, ou pelo menos leve pessoas a conversar sobre desigualdade. «Se as imagens provocam sentimentos desconfortáveis de medo, desespero ou uma desconcertante realização de cumplicidade…isso é bom. Elas têm essa pretensão.»

Fotos Johnny Miller @Millefoto

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