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Programas de assistência aquecem e renovam o setor farmacêutico

Não é só uma impressão de que as farmácias, que há alguns anos se reservavam a vender apenas remédios, estão cada vez maiores e mais completas. De fato, o mercado farmacêutico brasileiro já é o sexto maior do mundo e poderá chegar à terceira posição até 2018. Mas são bem mais do que grandes lojas onde você pode comprar todo tipo de produto. São estabelecimentos de assistência à saúde e devem ter um farmacêutico presente durante todo o seu período de funcionamento.

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Isso de acordo com uma lei, aprovada em 2014, após 20 anos de tramitação. Como seus efeitos estão começando no Brasil ela ainda é chamada de nova pelo setor, diz Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos). “Antes dela valiam as regras do comércio, agora as farmácias passam a ter responsabilidades como estabelecimentos de saúde.”

A mudança deve aumentar o mercado de trabalho para o farmacêutico, aposta Glicério Diniz Maia, presidente do Sinfar-SP (Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo). “Está conscientizando a sociedade para buscar o atendimento farmacêutico.”

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Mercado mais exigente

Além da nova lei, a expansão das grandes redes e a ampliação de programas de assistência farmacêutica no setor público aquece o segmento. Crescem as oportunidades e aumentam as exigências na formação farmacêutica. Há cinco anos na profissão, o farmacêutico Jeferson Nogueira conta que teve de encarar matérias que não eram sobre medicamentos. “Ênfase do curso era em gestão”, diz.

“O farmacêutico não pode mais ser só um técnico, ele lida com o público, precisa habilidades de gerenciamento de pessoas e de estabelecimentos, uma farmácia, mesmo pública, tem que ser gerenciada”, diz Célia Chaves, ex-professora e diretora da Fenafar.

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O que há para comemorar no dia do farmacêutico?

O setor está se renovando e as perspectivas profissionais que se abrem a partir deste processo que o farmacêutico está vivenciando são muito positivas. Com as mudanças atuais ganha força a aproximação com o paciente. Fomos nos afastando das pessoas e, na maioria das áreas de atuação, incluindo a farmácia comunitária, sequer temos contatos com elas.

Qual a ideia da campanha lançada pelo CFF?

Queremos incentivar os pacientes a buscarem os farmacêuticos e mostrar que eles têm conhecimento técnico e capacidade profissional para fazer muito mais pela saúde das pessoas do que apenas conferir receitas e entregar medicamentos. A farmácia está resgatando suas raízes e o conselho tem procurado colaborar neste processo de aproximação dos profissionais com os seus pacientes.

O que muda com a nova lei?

Ela reforça a atuação clínica do farmacêutico e estabelece uma série de obrigações que exigem um profissional mais bem preparado e são necessárias mudanças na formação, nos cursos de graduação, em grande parte, ainda alinhados ao perfil profissional anterior.

Quais os novos desafios para a formação?

O ensino não pode estar dissociado da prática farmacêutica no mercado de trabalho, que hoje vivencia um movimento importante na direção da atuação clínica e do cuidado ao paciente. Essa reestruturação representa uma mudança muito importante nos indicadores de qualidade dos cursos. Para uma melhor avaliação, todas devem ter, por exemplo, uma farmácia universitária.

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