Estilo de Vida

Cada gota conta! Pequenas ações são suficientes para economizar água

O Brasil tem a maior reserva de água doce do mundo: 12% do total disponível no planeta. Isso não significa, porém, que ela nunca vai acabar e que nós não precisamos cuidar da água que temos. Muito pelo contrário! A previsão é de que o consumo nos setores agropecuário e industrial, maiores consumidores do país, cresça em mais de 55% até 2050, segundo a Unesco, o que afetará diretamente as cidades, onde o maior consumo é doméstico.

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Por isso, é importante usar a água de maneira consciente também dentro de casa. Pequenas ações no dia a dia já são suficientes para economizar: escovar os dentes ou lavar a louça com a torneira fechada, coletar a água do banho para usar na descarga ou para limpar a casa, entre outras práticas. “Numa região metropolitana, a economia individual faz muita diferença. Reduzindo só um minuto do tempo de banho, já se economiza de três a seis litros de água no mínimo. Colocando isso na escala da população de uma cidade vemos que é muita água”, afirma o porta-voz da ONG The Nature Conservancy (TNC) Samuel Barrêto.

De acordo com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), um banho de ducha de 15 minutos, com o registro meio aberto em uma casa consome 135 litros. Em um apartamento, por conta da pressão maior, o mesmo tempo de banho consome 243 litros. Se esse banho durasse somente cinco minutos e o registro ficasse desligado enquanto a pessoa se ensaboa, o consumo já cairia para 45 litros. Num apartamento, passaria para 81 litros. Entretanto, os maiores vilões quando o assunto é desperdício são os vazamentos: apenas uma torneira gotejando desperdiça mais de 40 litros de água por dia. Se estiver correndo um filete de água de mais ou menos dois milímetros, são mais de 130 litros por dia. A responsabilidade é de todos! Apesar de ser importante ser consciente ao consumir água dentro de casa, Barrêto defende que a responsabilidade de cuidar da água não é só dos cidadãos. É, também, de instituições privadas e do governo, principalmente, que deve conscientizar e estimular a popula- ção a não desperdiçar. “Campanhas são muito importantes.

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Durante a crise hídrica [de 2014 e 2015], era campanha de conscientização todos os dias, agora já não vemos mais isso. Precisamos ter um engajamento permanente e estimular as pessoas a mudarem de atitude. Não adianta só conscientização, a população só vai mudar sua atitude com estímulos: bônus na conta para quem economiza e multa para quem desperdiça”, ele afirma. Ele explica ainda que a população precisa entender que a “água não vem da torneira”, mas de mananciais e outras fontes d’água que estão ameaçadas. “As pessoas pensam que só porque a crise hídrica passou, que as nossas reservas de água estão melhores, que está tudo bem, mas não é bem assim. A situação não foi superada, a oferta de água está praticamente no mesmo nível da demanda e a gente nunca sabe quando as reservas vão ser repostas.

Temos épocas de muita chuva e outras de muita seca e temos que saber administrar nossa água de acordo com isso.” Por isso, ações concretas são tão importantes, para poder administrar a quantidade de água disponível independentemente do clima. “Algumas coisas que podemos fazer são captar água da chuva e substituir os chuveiros a gás por elétricos em casa, porque os a gás demoram muito para esquentar e a água fria e limpa vai embora pelo ralo. Outra alternativa seria redirecionar a água do chuveiro para as tubulações da privada para compensar essa água sem uso. Mas isso custa dinheiro. O estado e a iniciativa privada, em conjunto com ONGs, deveriam trabalhar para poder oferecer esses recursos às pessoas e empresas”, diz Barrêto.

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