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Venezuela enfrenta madrugada caótica com 11 mortes e saques

Ao menos 11 pessoas morreram e outras seis ficaram feridas entre a noite desta quinta-feira (20) e a madrugada desta sexta durante violentos e caóticos protestos e saques em diferentes bairros e distritos próximos de Caracas, na Venezuela. Em Petare, bairro na Zona Leste da capital venezuelana considerado também a maior favela da América Latina, um homem, depois identificado como Melvin Fernando Guittian Díaz, 26 anos, morreu ao ser baleado enquanto voltava para casa e tentava evitar uma manifestação.

Já no distrito de El Valle, moradores da região que protestavam contra o governo do presidente Nicolás Maduro foram duramente reprimidos por policiais, que jogaram jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo nas barricadas, e ao menos 17 lojas e outros estabelecimentos do bairro foram saqueados.

Em um desses furtos, um cabo de energia se partiu na entrada de uma padaria e matou ao menos oito pessoas eletrocutadas. O dono do local, Ramón Martínez, e outro homem, identificado como Kelvin León, também foram encontrados sem vida na manhã desta sexta. Além disso, na mesma área, um hospital infantil teve que evacuar 54 crianças que estavam internadas devido à alta violência e o risco de saques também de remédios e de materiais hospitalares.

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Protestos

 

Milhares de pessoas estão nas ruas interruptamente desde a última quarta-feira (19), quando protestos chamados «a mãe de todas as manifestações» levaram os atos da oposição na Venezuela a um nível mais alto e violento. Até quarta, sete pessoas tinham morrido por causa dos protestos.

A maioria foi baleada por grupos armados chavistas e pró-Maduro ou por forças policiais, que a cada dia que passa aumentam a repressão contra os manifestantes com bombas de gases lacrimogêneo, balas de borracha, jatos d’água, spray de pimenta e até uso de cassetetes e agressões físicas. No sétimo dia de protestos na Venezuela apenas em abril, os líderes opositores já estavam organizando os próximos atos.

Nesta sexta, por exemplo, estava marcada uma marcha «silenciosa» pela grave crise econômica e política do país e pelo suposto golpe de Estado que o presidente da nação estaria tentando colocar em ação. Já no sábado (22), as manifestações do dia contarão com homenagens aos mortos, que agora somam 18, e na segunda-feira (24), deverá acontecer um bloqueio nacional nas maiores ruas e avenidas de Caracas.

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