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‘Jornalismo não pode virar uma arma de destruição’, diz papa Francisco

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O papa Francisco explicou nesta quinta-feira, dia 22, como um bom jornalista tem que fazer seu ofício. Com alguns conselhos, o Pontífice quase criou um pequeno documento de ética para a profissão na reunião com o Conselho Italiano da Ordem dos Jornalistas, que aconteceu na sala Clementina com o presidente do órgão, Enzo Iacopino, e com o responsável pela Secretaria Vaticana de Comunicação, o monsenhor Dario Edoardo Viganò.

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Entre as recomendações fundamentais de Mario Bergoglio para quem «faz a informação» estão as de «amar a verdade», «viver com profissionalismo», e «respeitar a dignidade humana». Assim, o jornalismo não será transformado em uma «arma de destruição» de pessoas e de povos e «não alimentará o medo em relação aos imigrantes».

Depois que Viganò e Iacopino fizeram suas primeiras considerações, o Papa revelou como os jornalistas, «quando têm profissionalismo», são «uma coluna importante, um elemento fundamental para a vitalidade de uma sociedade livre e plural» e têm uma «grande responsabilidade».

Sobre o fato de que os jornalistas devem «amar a verdade», Francisco explicou que «a questão é ser honesto consigo mesmo e com os outros». «Essa relação é o ‘coração’ de toda comunicação.

Isso é mais verdadeiro para quem faz da comunicação o seu próprio ofício e nenhuma relação pode se reger e durar no tempo se está apoiada na desonestidade», disse o religioso.

E com o fluxo ininterrupto de fatos 24 horas por dia, «não é sempre fácil chegar na verdade» e que «na vida nem tudo é branco ou preto e por isso no jornalismo é preciso saber discernir os tons de cinza», disse o Pontífice. «Mas esse é o trabalho difícil e necessário de um jornalista: o de chegar o mais perto possível da verdade dos fatos e nunca dizer ou escrever uma coisa que, em consciência, se sabe que não é verdadeira», afirmou Francisco. Já sobre «viver com profissionalismo», o conceito foi ligado por Bergoglio à «necessidade de não se submeter a interesses escusos, seja econômicos ou políticos». «O trabalho do jornalismo, ousarei dizer a sua vocação, é, através da atenção e do carinho pela pesquisa da verdade, fazer crescer a dimensão social do homem, favorecer a construção de uma verdadeira cidadania», explicou o Papa.

Para Francisco, trabalhar com profissionalismo significa «ter no coração um dos pilares da estrutura de uma sociedade democrática. O religioso também lembrou que «no curso da história, as ditaduras, de qualquer orientação política, sempre procuraram não apenas tomar conta dos meios de comunicação, mas também impor novas regras à profissão dos jornalistas».

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E sobre «respeitar a dignidade humana», esse conceito é importante porque se trata «da vidas pessoas» e, se uma delas for difamada, ela pode ser «destruída para sempre», disse Bergoglio. «A crítica é legítima, e direi mais, necessária, como uma denúncia ao mal», no entanto, «o jornalismo não pode se transformar em uma arma de destruição de pessoas e até de povos», explicou o argentino.

Para Francisco, o jornalismo também não «deve alimentar o medo diante às mudanças ou aos fenômenos como as migrações forçadas geradas pela guerra ou pela fome». E por fim, o Papa afirmou que a profissão «é um instrumento de construção, um fator de bem comum, um acelerador de processos de reconciliação».

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