Cientistas anunciaram nesta quinta-feira que detectaram pela primeira vez as ondas gravitacionais, ondulações no espaço e no tempo, antecipadas teoricamente pelo físico Albert Einstein (1879-1955) há um século, em uma descoberta marcante que abre uma nova janela para o estudo do cosmos. Os pesquisadores disseram ter detectado ondas gravitacionais oriundas de uma colisão entre dois buracos negros de 30 vezes a massa do Sol, ocorrida à distância de 1,3 bilhão de anos-luz da Terra (um ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros).
Universo ‘treme’
As ondas criadas a partir da colisão dos dois buracos negros esticam o espaço em uma direção e o apertam em outra, elas são como vibrações do tecido do universo que fazem tudo “tremer”. Apesar de toda a energia gerada nesse processo, esse fenômeno chega muito pequeno à Terra, com cerca de um bilionésimo do diâmetro de um átomo, e precisa de instrumentos extremamente precisos para ser detectado.
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Mil cientistas
Quem conseguiu o feito foi o Ligo (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), projeto fundado em 1992 nos EUA e dono do mais vultoso patrocínio da Fundação Nacional de Ciência, importante órgão americano. O experimento reúne um grupo internacional de mil cientistas, originários de mais de 40 instituições de 16 países, que trabalham no projeto há 25 anos.
Cientistas de todo o mundo vêm se esforçando há décadas para obter sinais da existência de ondas gravitacionais, mas seus esforços, até agora, tinham sido frustrados por falsas evidências e instrumentos que não eram suficientemente sensíveis para detectar as ondas quando chegam à Terra.
Nova astronomia
A comunidade científica internacional tem razões de sobra para celebrar a conquista. Especialistas esperam que a partir de agora a detecção de ondas gravitacionais se torne moeda corrente e abra caminho para toda uma “astronomia das ondas gravitacionais”.
Uma nova astronomia que poderá permitir “ver” e estudar, com detalhes sem precedentes, não só os buracos negros, mas também a matéria escura (que se pensa representar, de longe, o maior componente da massa total do Universo) e o que se passa nos recantos mais longínquos do espaço.
Na teoria, dá para viajar no tempo
Segundo Albert Einstein, tudo no Universo se move a uma velocidade distribuída entre as dimensões de tempo e espaço. Para um corpo parado, o tempo corre com velocidade máxima. Mas quando o corpo começa a se movimentar e ganha velocidade na dimensão do espaço, a velocidade do tempo diminui para ele, passando mais devagar. A 180 km/h, 30 segundos passam em 29,99999999999952 segundos. A 1,08 bilhão de km/h (velocidade da luz), o tempo simplesmente não passa.