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Agência Espacial Europeia dá adeus a robô que pousou em cometa

A Agência Nacional Europeia (ESA) informou nesta sexta-feira (12) que não irá mais enviar comandos ao robô Philae, deixado pela sonda Rosetta no cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko, em 12 de novembro de 2014.

O adeus ao Philae foi necessário porque há sete meses o equipamento não envia mais nenhum tipo de comunicação à Rosetta e, em breve, o cometa entrará na parte mais fria de sua órbita – com temperaturas que podem atingir -180ºC – e qualquer tipo de contato é considerado quase impossível.

«Infelizmente, a probabilidade de o Philae restabelecer um contato com nosso time é quase zero e nós não mandaremos mais comandos. Seria muito surpreendente receber algum sinal agora», disse um dos líderes do projeto, Stephan Ulamec, da agência espacial alemã (DLR).

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O último contato com a Terra foi realizado em 9 de julho e, mesmo quando passou pelo ponto mais próximo do Sol, o módulo não conseguiu reativar a comunicação. Isso ocorre porque o Philae caiu na parte sul do astro, em um ponto que não consegue ativar suas baterias solares para manter-se ligado, em uma espécie de «sombra».

Apesar disso, ele conseguiu trabalhar por 60 horas e enviar imagens inéditas da composição do meteoro. Segundo os especialistas, o cronograma de atividades foi 80% cumprido pelo objeto, tendo enviado fotos que ajudam a entender a origem da vida na Terra.

Não se sabe ao certo o porquê da não ativação do robô, mas acredita-se que uma quantidade grande de pó tenha caído sobre ele ou que um jato de poeira tenha deslocado e enterrado suas antenas de comunicação. Atualmente, os cientistas não têm ideia da localização exata do objeto no astro – apenas sabe-se que a Rosetta se distanciou por cerca de 50 quilômetros do robô.

O pouso histórico de Philae no 67/P é considerado um dos maiores fatos da astronomia moderna e foi a primeira vez que um equipamento conseguiu pousar em um cometa. O robô tinha como objetivo fazer um estudo detalhado do astro que viaja entre as órbitas de Terra e Júpiter.

Agora, a Rosetta seguirá seus trabalhos (em uma última tentativa de contato com o módulo) até o fim de setembro, quando iniciará uma lenta descida até o 67/P e ficará lá – ao lado de Philae – pela eternidade.

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