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Carvalho ainda resiste à pressão em Roth

Leonardo Meneghetti colunistas twitterÉ incrível o esforço de Fernando Carvalho em preservar o técnico Celso Roth. Talvez ele enxergue algo que poucos conseguem ver. Há uma pressão enorme para a mudança na comissão técnica e este inclusive foi o assunto mais discutido nos bastidores da reunião do Conselho Deliberativo do clube, na segunda-feira. O vice-presidente de futebol mantém a confiança no treinador que, a exemplo dos antecessores, não conseguiu reverter a situação. A bem da verdade, vou de encontro ao senso comum, e penso que o Inter evoluiu na última partida. Não sei se será suficiente.

Mas ter encarado o Atlético-MG numa condição que me surpreendeu não justifica algumas escolhas do treinador. Colocar Nico López no banco até entendo. Mas optar por acrescentar Brenner, ainda desembocado, no lugar de Aylon, com o uruguaio à disposição não é aceitável. E, pior ainda, há o problema com Seijas. Uma nítida implicância com o jogador, escancarada após o jogo quando Roth foi questionado sobre a ausência do venezuelano no time: “Vocês viram ele em Fortaleza e podem avaliar”. Quer dizer que agora a avaliação da imprensa convém a Celso Roth?

O repórter do Metro Jornal Valter Junior nos apresentou na edição de ontem interessante levantamento sobre outros casos de birra do treinador. Alguns com razão, outros inaceitáveis. Celso Roth barrou, por exemplo, Ronaldinho do time titular do Grêmio, apostando em Itaqui. Douglas Costa e Taison também foram preteridos. Miralles e Chiquinho tiveram poucas oportunidades, com boa dose de razão para o treinador.

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Tudo bem que Seijas tenha se saído mal contra Atlético-PR e Vitória. Mas não lhe conceder oportunidade de entrar durante a partida contra o Atlético-MG custou caro. Roth emburra nestes momentos. Implica com atletas que são badalados pela mídia e pela torcida. Com isso, aumenta a zona de atrito. E, como não ganha de ninguém, coloca-se permanentemente na berlinda. O treinador colorado está enferrujado. E, se não ganhar de Figueirense e Curitiba, cai antes que o próprio time. Mas sua contribuição a um possível rebaixamento será lembrada para sempre. Significará o fim da era Roth na dupla Gre-Nal.

Evitar o desastre é improvável, mas possível. O Inter terá de vencer estes dois jogos em sequência para ficar numa posição difícil na tabela de classificação.

Pato novo – O presidente do Grêmio meteu seu bedelho na crise colorada. Conforme o jornal Correio, da Bahia, Romildo Bolzan Júnior pediu ao presidente do Vitória que fizesse todo esforço possível para rebaixar o Inter, o que seria um “sonho” para Romildo. Uma barbeiragem típica de quem é novato no futebol e que mostra que o clube está mais preocupado com o fracasso do rival do que em buscar conquistas. O pensamento é legítimo para a torcida. Mas não para um dirigente que, com este tipo de postura, apenas ajuda o rival a buscar novos elementos de mobilização. Além disso, fez aumentar a especulação de que o Grêmio entregará seus jogos para inimigos colorados.

Jornalista esportivo desde 1986, Leonardo Meneghetti foi repórter de rádio, TV e jornal e está no Grupo Bandeirantes desde 1994. Foi coordenador de esportes, diretor de jornalismo, e, desde 2005, é o diretor-geral da Band-RS. Diariamente comanda “Os Donos da Bola”, na Band TV.

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