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Duplo cem

jose-luiz-datena1Quando você estiver lendo essas palavras arrumadas no papel deste espaço de que tanto gosto do Metro Jornal, estarei na Argentina por poucos dias comemorando 40 anos do meu casamento com a Matildes.

A coitada merece uma taça de verdade. Foram anos atribulados de uma família pobre que ajudou dois jovens de 19 anos a começar uma vida na minha querida Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Eu, magrinho por incrível que possa parecer, já era radialista e me virava para sustentar a esposa que estudava. Andava quilômetros a pé todo dia para falar no microfone. A vida era dura, mas muito feliz.

Lua de mel em Poços de Caldas –é claro, de busão e num hotel barato que cabia no bolso. Muita sopa para enganar os estômagos jovens, passeio de charrete, visita a cachoeira e coisas do tipo.

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Veio o Joelsinho, que já virou Joel e já apresenta programa melhor que o pai. O tempo passa, como diria o grande Fiori Gigliotti da Rádio Bandeirantes.

Hoje são cinco filhos e seis netos. Nós dois vamos para o duplo cem: 40 de casados e 60 de idade. Bons tempos que não voltam mais. Aliás, o tempo não dá moeda de troca. Passou, passou.

Foram anos mais de dificuldades para criar as crianças, comprar o primeiro carro com 21 anos e o primeiro apartamento com 33 anos de idade e financiado em 15 anos.

Depois veio muita grana. Foi bom, foi muito bom, mas a falta de cabeça e sobra de coragem me fizeram perder quase tudo num processo judicial que todos já conhecem. Sem problemas, não ligo muito para dinheiro, passei a maior parte da vida sem ele e, quando partir, não vou levar no caixão.

Minha existência não é nem um pouco interessante e capaz de virar livro, como já me ofereceram. Aliás, paro por aqui, agradecendo minha mulher e família por fazerem da estada neste plano uma viagem maravilhosa. E, a vocês, o carinho de perderem tempo comigo no rádio, no jornal e na televisão.

Fiquem com Deus.

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