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Nós não vamos pagar nada? Entenda o pacote de privatizações de Doria

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Repetida pelo prefeito João Doria (PSDB) em diversos anúncios que fez até aqui para designar obras ou serviços que foram bancados pela iniciativa privada, sem gasto para a prefeitura – como a limpeza da ponte Estaiada ou a entrega de 381 milhões de doses de remédios para a rede pública –, a expressão ‘custo zero’ vai ganhar nova perspectiva na Prefeitura de São Paulo.

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Se colocado em prática conforme o projetado, o plano de desestatização, que o prefeito vem falando desde o tempo da campanha, vai transferir para o setor empresarial 55 lotes hoje administrados pela prefeitura.

Entre estes lotes estão espaços culturais e esportivos (como o autódromo de Interlagos, o complexo do Anhembi e o estádio do Pacaembu), parques públicos (como o Ibirapuera), mercados municipais, corredores de ônibus, o serviço funerário e até o Bilhete Único.

As transferências serão realizadas por meio de privatizações, concessões e parcerias. O primeiro deles deve ser o Anhembi, que terá o projeto enviado para a Câmara ainda neste semestre.

A ideia central é reduzir os custos de manutenção para a prefeitura e garantir melhoria na qualidade, já que, nas palavras de Doria – em entrevista ao Metro Jornal durante a campanha – a iniciativa privada “vai trazer parâmetro melhor para a gestão pública.”

Discussão delicada

Negociações entre os setores governamental e privado não são novidades. No Brasil, já se vendeu bancos públicos, empresas estatais, estradas e serviços, como o de telecomunicações.

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Para o professor de Planejamento Urbano da UFABC (Universidade Federal do ABC) Ricardo Moretti, a discussão sobre a desestatização deve começar sempre pela exclusão de dois estereótipos: de que o modelo é só defendido por conservadores e rejeitado pelos progressistas; e que  determinados serviços só podem ser bem administrados se estiverem nas mãos do setor privado ou do setor público.

“É um debate delicado, que precisa ser transparente e avaliado caso a caso, entendendo a real necessidade de cada serviço. E há um elemento chave: a regulação. Se for frágil, o poder público não consegue fiscalizar e cobrar as melhorias.”

Segundo Moretti, o plano de Doria “é preocupante porque é muito abrangente e está sendo proposto com rapidez e ainda sem esclarecimentos. O parque Ibirapuera, por exemplo, como vai funcionar depois da concessão?”, questionou.

Secretário de Desestatização e Parcerias da prefeitura, Wilson Poit foi procurado pela reportagem, mas não se pronunciou.

Tá tudo pronto aqui é só vir pegar

Embora anunciado desde a campanha eleitoral, o plano completo de desestatização ainda não foi apresentado pela gestão Doria. Alguns itens do pacote já foram adiantados, como:

  1. Autódromo de Interlagos
  2. Complexo do Anhembi
  3. Estádio do Pacaembu
  4. Mercados Municipais
  5. Serviço Funerário
  6. Bilhete Único
  7. Terminais e Corredores de ônibus
  8. Parques

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