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Supremo manda soltar um suposto líder do PCC, condenado a 65 anos

O STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu liberdade provisória a Carlos Roberto Ferreira, o Galo, apontado pela Polícia Civil como um dos chefes do PCC, facção que controla o crime organizado dentro e fora das cadeias. Ele está condenado a 65 anos de prisão.

A decisão foi do ministro Ricardo Lewandowski, que alegou que a execução da sentença antes do fim de todos os recursos ofende o princípio de presunção de inocência. Em fevereiro, porém, o próprio STF decidiu que a pena já pode ser cumprida depois da decisão em segunda instância. Galo foi condenado por latrocínio e roubo em primeira e segunda instâncias.

“Quem perde é a sociedade que fica em absoluta mercê do momentismo de um ministro decidir e criar jurisprudência contrária ao majoritário entendimento da corte”, diz o jurista Edilson Mougenot Bonfim.

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Segundo investigações, Galo é responsável pelo controle de pontos de venda de drogas. Ele foi preso em 2008 após um roubo a banco que terminou com perseguição policial e invasão à residência com reféns. A ação resultou em 11 feridos e três mortos, entre eles um dos líderes da facção e um policial. Galo chegou a ser solto e, depois de mais de um ano de investigação, foi detido novamente, em 2015.

Para o presidente do sindicato dos delegados de São Paulo, George Melão, a decisão é frustrante. “Botar uma operação para se prender um bandido dessa magnitude, ou seja, de alta periculosidade, demanda um trabalho de inteligência e uma investigação grande e demorada.”

Vítima

Uma das vítimas de Galo foi o soldado da Polícia Militar, Ailton Lamas, que estava prestes a se aposentar, em 2008. Ele foi assassinado por um grupo de criminosos que estavam em fuga no dia em que ocorreu o assalto ao banco.

O crime ainda revolta a família. “Como que pode uma pessoa que acaba com uma família e fica solta?”, fala a viúva do soldado, Eliana Lamas.  A vítima atuou na polícia durante 22 anos. Em sua carreira chegou a realizar 15 partos.

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