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Nova sede do MIS em Copacabana está com obras paradas há um ano

Quem percorre a avenida Atlântica, na zona sul, percebe a estrutura do prédio da nova sede do Museu da Imagem e do Som (MIS) inacabada. Com seus ângulos inspirados nos desenhos do calçadão da Praia de Copacabana, a obra do museu, que era para ter sido inaugurada em 2014 e custou R$ 138,5 milhões, está parada há pouco mais de um ano. Com a crise que assola o Estado, o MIS não deve abrir as portas tão cedo.

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“Essa obra me deu a expectativa de que iria aumentar o movimento da rua. Mas, como ela não foi concluída, eu tive um prejuízo de 50%. Tive uma queda imensa nas vendas e estou sobrevivendo me virando nos 30”, desabafa o comerciante Júlio César, gerente de um estabelecimento que fica na lateral do museu.

De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura, a paralisação na obra do MIS é resultante da necessidade de mudança da empreiteira, antes representada pela Rio Verde Engenharia e Construções. A pasta alega que não está relacionada aos investimentos do Estado, já que a obra é financiada com recursos provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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A antiga construtora informou que o contrato foi encerrado por responsabilidade exclusivamente do Estado, que, segundo eles, descumpriu o ajuste contratual, o que impossibilitou a continuidade do trabalho.

Uma licitação está em curso para contratar nova empreiteira que será responsável pela conclusão da última fase da obra, que inclui acabamentos, instalações e esquadrias. A previsão é que a licitação seja concluída este mês.

Enquanto isso, comerciantes que trabalham ao redor do museu convivem com a instabilidade nos negócios: “Caiu muito o número de vendas. Minha barraquinha é bem em frente ao museu, e não tenho um bom lucro. O local está abandonado e sem segurança alguma”, reclama Sebastião Franco.

Até o momento, não existe uma data exata para a inauguração do MIS, mas a previsão da secretaria é de que ocorra em 2017. Quando a nova empreiteira for contratada, a estimativa é que a obra seja finalizada em seis meses.

“Nós não sabemos para onde foi o dinheiro dessa obra. É um dinheiro público jogado fora. Tinha uma expectativa imensa com esse museu, agora a única função que ele tem é acumular entulhos ao seu redor, além de ser um grande atrativo para os mosquitos”, revela Miguel Freire, síndico de um prédio nos fundos do MIS.

 

Valores

O orçamento total das obras civis do MIS é de R$ 138,5 milhões, segundo a Secretaria Estadual de Obras. Desse total, R$ 4,2 milhões são de recursos do governo estadual, R$ 57,4 milhões de patrocínio e R$ 76,8 milhões do BID, além de R$ 18,6 milhões pagos pelo Estado para a desapropriação do terreno.

Primeiro museu de audiovisual do Brasil, o MIS foi inaugurado em 1965 e hoje funciona em dois endereços no Centro.

 

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