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Saiba se você pode e precisa se vacinar contra a febre amarela

Assustada após a confirmação dos dois primeiros casos de febre amarela silvestre, com uma morte, em Casemiro de Abreu – ambos com transmissão dentro do Estado do Rio –, a população da cidade da Baixada Litorânea correu para os postos de saúde, que ficaram com grandes filas, para tomarem a vacina contra o vírus da doença.

Na cidade do Rio de Janeiro, onde ainda não houve casos, mas sim as mortes de cinco macacos possivelmente causadas por febre amarela, também houve correria aos postos em busca da vacina. Em alguns locais, elas começaram a se formar ainda de madrugada.

Apesar da suspeita em relação aos animais, depois que o Instituto Evandro Chagas, centro nacional de referência para a doença, no Pará, revelou que exames feitos nos quatro saguis e no macaco-prego encontrados mortos no Rio deram resultado positivo para a doença, a Secretaria de Estado de Saúde manteve para o fim do mês o início da vacinação na capital e na região metropolitana.

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“Existe a possibilidade de ter sido um falso positivo, pois a Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] havia feito o exame nos macacos em outubro, quando foram encontrados mortos, e o resultado foi inconclusivo. Agora, a Fiocruz está fazendo uma contraprova e amanhã [hoje] devemos ter outro posicionamento. Se der positivo, tomaremos todas as atitudes para proteger a população do Rio, mas já estamos ampliando a vacinação no Estado, começando pelas 25 cidades da região de Casemiro”, explicou o secretário.

Médico infectologista, Edimilson Migowski afirma que o fato é preocupante, mas tranquiliza um pouco os cariocas: “O medo de disseminação da doença não ocorreu, já que os macacos morreram em outubro e até agora não há casos da doença na cidade. Mas, se for comprovado, a conduta será começar a vacinação de forma mais ampla o quanto antes, pois o receio será que a febre amarela migre para a região urbana e infecte os mosquitos que estejam aqui.”

Ele lembra que a vacina é totalmente contraindicada a bebês com menos de 6 meses, mulheres que estejam amamentando, pacientes com imunodeficiência e alérgicos a ovo de galinha.

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Edimilson Migowski, médico infectologista e colunista do Metro Jornal tira dúvidas sobre a doença.

O que essas possíveis mortes de macacos no Rio trazem de alerta aos cariocas?

Aumentam muito a preocupação. Se forem mesmo confirmadas, significa que existem macacos e mosquitos contaminados nas florestas do Rio. Quem não estiver vacinado tem que evitar florestas e áreas de mata, principalmente se aparecessem macacos mortos sem explicação. E, se for vacinar, só entrar após 10 dias. Mas é preciso preservar os macacos, que morrem antes de nós e acendem a luz vermelha. Já em Casemiro, com os dois casos e uma morte, mudam os critérios para a vacinação lá.


O que muda na vacinação?

Dá um pouco mais de liberdade para indicar a vacina em idades que ela não vinha sendo recomendada: bebês entre 6 e 9 meses e pessoas com 60 anos ou mais. Agora, poderão ser vacinadas se houver recomendação do médico, que irá avaliar o risco/benefício, ou seja, se o risco de exposição ao vírus é maior que os efeitos adversos. Em Casemiro, recomendei um idoso de mais de 100 anos a vacinar, mas, aqui no Rio, por enquanto, não orientei meus pais a tomarem a vacina.

 

Quais os riscos de vacinar nessas idades?

A vacina tem 30 vezes mais chances de causar efeitos adversos graves em pessoas com mais de 60 anos. Em bebês com menos de 6 meses não se vacina porque não há estudos que comprovem que ela seria segura e eficaz. Nesse momento, a recomendação na região metropolitana é para acima de 9 meses, mas em Casemiro será aplicada a partir dos 6 meses.

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